SETEMBRO AMARELO

Uso excessivo de redes sociais agrava saúde mental de adolescentes

Especialistas destacam impactos como distúrbios do sono, baixa autoestima e aumento da ansiedade entre jovens de 12 a 17 anos.
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O uso intenso de redes sociais entre adolescentes tem sido associado ao agravamento de diversos problemas de saúde mental. Um consenso internacional, apoiado por entidades como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Academia Americana de Pediatria, alerta que a exposição prolongada e sem controle a essas plataformas pode ampliar quadros de ansiedade, depressão, distúrbios do sono, transtornos alimentares e dificuldades de concentração.

Segundo Gustavo Yamin Fernandes, coordenador de psiquiatria do Hospital Samaritano Higienópolis, o risco é maior entre os 12 e 17 anos, fase em que o cérebro ainda está em desenvolvimento. “O uso problemático não se resume ao tempo de tela, mas à perda de controle, ao sofrimento emocional e aos prejuízos nas atividades diárias. A comparação constante com padrões idealizados, a busca por validação e a exposição a conteúdos irreais impactam diretamente o bem-estar dos jovens”, afirma.

Transtornos surgem ou se intensificam com o uso contínuo

Estudos indicam que o uso excessivo das redes pode favorecer o surgimento ou agravamento de quadros como TDAH, transtornos alimentares, depressão e ansiedade. A exposição prolongada a imagens filtradas e estilos de vida idealizados contribui para insegurança corporal, frustração e sentimentos de inferioridade. “Adolescentes passam a se comparar não com a realidade, mas com versões editadas de outras pessoas. Isso distorce a percepção e eleva as cobranças internas”, explica Fernandes.

Supervisão ativa e rotina fora das telas são parte da prevenção

Ambos os especialistas defendem que o uso das redes seja monitorado por responsáveis e discutido em casa. A recomendação da OMS e da Academia Americana de Pediatria é que adolescentes tenham, no máximo, duas horas diárias de lazer com telas e que o uso de dispositivos seja evitado antes de dormir. O Ministério da Saúde orienta que o acesso às redes sociais seja evitado antes dos 12 anos e controlado até os 17.

Paula Gibim, psiquiatra, afirma que ações simples, como estabelecer momentos “offline” durante refeições ou viagens, ajudam a reequilibrar a rotina e favorecem o diálogo. “O comportamento online precisa ser supervisionado, incluindo o tempo de uso, os tipos de conteúdo acessados e as interações mantidas. A resistência à supervisão também pode ser um sinal de alerta”, diz.

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