SITUAÇÃO CRÍTICA

Paralisações atingem 9 fábricas da Volkswagen na Alemanha

Somente na principal fábrica da Volkswagen em Wolfsburg, uma greve de duas horas significa que várias centenas de carros deixaram de ser montadas
Sede da Volkswagen em Wolfsburg, Alemanha.

Os trabalhadores de nove fábricas da Volkswagen na Alemanha deram início a paralisações nesta segunda-feira (2), interrompendo linhas de montagem em protesto contra propostas da empresa, como cortes salariais de 10% e ameaças de fechamento de fábricas. As manifestações ocorreram em Wolfsburg, Hanover, Emden, Salzgitter, Brunswick e outras localidades, impactando diretamente a produção de veículos, incluindo o icônico Golf. Na fábrica de Wolfsburg, a paralisação de duas horas resultou na interrupção da montagem de centenas de carros.

O sindicato IG Metall, que lidera as negociações, rejeita cortes salariais e considera inaceitáveis temas como demissões em massa e fechamento de fábricas. Em contrapartida, a Volkswagen justifica as medidas como necessárias para reduzir custos e manter competitividade frente à crescente concorrência, especialmente de montadoras chinesas. A montadora rejeitou uma proposta sindical que previa economias de 1,5 bilhão de euros, incluindo cortes em bônus executivos para 2025 e 2026.

As paralisações podem se intensificar em greves de 24 horas ou mesmo por tempo indeterminado, caso não haja consenso na próxima rodada de negociações, marcada para 9 de dezembro. Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores da Volkswagen, destacou que os acionistas, incluindo o estado da Baixa Saxônia e as famílias Porsche e Piech, também devem estar preparados para sacrifícios financeiros. Segundo ela, os sinais recentes da gerência não têm sido encorajadores.

Enquanto isso, a empresa afirma respeitar o direito de greve e adotou medidas para garantir um nível básico de fornecimento aos clientes. Trabalhadores como Lucia Heim, da fábrica de Hanover, expressaram indignação, comparando a postura da administração à punição dos “jogadores” em um jogo de futebol, enquanto os “treinadores” permanecem ilesos. A disputa reflete não apenas as tensões econômicas, mas também o conflito entre a força de trabalho e a direção da Volkswagen em um momento de transição para a indústria automotiva.

Compartilhe:

Destaques