O sindicato IG Metall, que lidera as negociações, rejeita cortes salariais e considera inaceitáveis temas como demissões em massa e fechamento de fábricas. Em contrapartida, a Volkswagen justifica as medidas como necessárias para reduzir custos e manter competitividade frente à crescente concorrência, especialmente de montadoras chinesas. A montadora rejeitou uma proposta sindical que previa economias de 1,5 bilhão de euros, incluindo cortes em bônus executivos para 2025 e 2026.
As paralisações podem se intensificar em greves de 24 horas ou mesmo por tempo indeterminado, caso não haja consenso na próxima rodada de negociações, marcada para 9 de dezembro. Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores da Volkswagen, destacou que os acionistas, incluindo o estado da Baixa Saxônia e as famílias Porsche e Piech, também devem estar preparados para sacrifícios financeiros. Segundo ela, os sinais recentes da gerência não têm sido encorajadores.
Enquanto isso, a empresa afirma respeitar o direito de greve e adotou medidas para garantir um nível básico de fornecimento aos clientes. Trabalhadores como Lucia Heim, da fábrica de Hanover, expressaram indignação, comparando a postura da administração à punição dos “jogadores” em um jogo de futebol, enquanto os “treinadores” permanecem ilesos. A disputa reflete não apenas as tensões econômicas, mas também o conflito entre a força de trabalho e a direção da Volkswagen em um momento de transição para a indústria automotiva.