MAURO MENDES

Uma guinada à direita

Os indicativos que Mauro Mendes iria mudar seu discurso de “centro” começaram com o combate as leis frouxas, passaram por críticas a proposta do governo federal na área de segurança pública e culminaram, neste domingo, no alto de um carro de som, no Rio de Janeiro, ao lado de um dos grandes interessados na anistia aos participantes dos atos de 8/1, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Por muitos dos seis anos que Mauro governa o estado de Mato Grosso, ele evitou críticas e elogios às políticas federais, falando somente em momentos em que um posicionamento era cobrado, como na pandemia.

Sempre comedido, sem emitir julgamentos pessoais, se atendo aos fatos, exceto a vez que disse ser, o tratamento do presidente Lula com os governadores, mais respeitoso que o de Bolsonaro.

Sua reeleição foi contra as forças aglutinadas de esquerda, que venceu com facilidade.

Com a esquerda se movimentando para o centro, aos de centro sobra pouca alternativa a não ser encerrar o flerte e ir além dos sorrisos, mesmo com os mais da extremidade do salão.

Dá para dizer que nos bailes da direta no estado, o governador sempre se fez presente, mas dançar foi a primeira vez.

E foi uma valsa só.

Neste “baile” no Rio de Janeiro, várias músicas foram tocadas, teve a “Fora Lula”, a “Inflação”, “Atirei o Pau no STF, “Que Crime eu Cometi”?  “Preso ou Morto “Nóis dá “Trabaio”, “Inelegível é Rapadura” e “Calma Tarcísio”.

Mauro aplaudiu, mas só dançou a “Meu crime é menor que o teu, minha pena é maior que a tua”, a mais tocada.

Com a preocupação que uma dança pode ter sido pouco, a primeira dama Virginia Mendes, nas redes sociais, elogiou o baile e falou de “Inflação”.

Mauro sabe que a maior acusação aos presos do 8/1 não é por invasão, é por tentativa de golpe.

Mas, em baile de cobra não se pode entrar exibindo um porrete, sem que lhe sobre algum veneno.

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