Os pais do jovem paranaense Douglas Silvério Gomes, de 24 anos, desparecido há quase dois meses em Campo Verde (101 km de Cuiabá), estão oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem der informações sobre o paradeiro do filho.
A família de Douglas procurou a polícia no dia 1º de janeiro deste ano. Douglas viajava do Paraná, onde mora com a família, para Mato Grosso para passar o fim de ano com familiares e a namorada, mas desapareceu após as comemorações.
Na época, o pai da vítima, um parente de Douglas, contou que os supostos sequestradores entraram em contato com ele pedindo dinheiro para que liberassem o jovem.
“Eles [sequestradores] me pediram para pagar uma pendência de R$ 7 mil dele [filho], mas eu disse que não tinha esse valor, então eles disseram que o Douglas ficaria trabalhando com eles”, contou.
Depois de negociar, Augusto disse que transferiu R$ 2 mil para a conta dos criminosos no dia 3 de janeiro. No entanto, depois disso, o perfil das redes sociais do filho, onde ele mantinha contato com os supostos sequestradores, foi excluído e a família não teve mais contato.
Por causa disso, os pais estão oferecendo dinheiro para quem tiver informações que ajudem a localizá-lo. No entanto, a recompensa só será paga se a informação for verdadeira. A reportagem conversou com a mãe do jovem. Ela relatou que está vivendo à base de medicação para dormir, por causa da angústia de não saber se o filho ainda está vivo.
“Minha vida parou, não consigo ter um sorriso no rosto. Não tenho mais vontade de nada, só tenho tristeza no meu coração”, desabafou.
Ela também pede que as pessoas não passem trotes. “Por favor, porque aqui tem uma mãe desesperada procurando pelo teu filho”, pediu.
Segundo informações apuradas pela reportagem, na época do desaparecimento, Douglas teria sido sequestrado por integrantes do Comando Vermelho (CV). Eles acreditavam que Douglas fazia parte da organização criminosa rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC). A família nega. Na época um vídeo relatando esse medo foi enviado a parentes e foi reproduzido pela imprensa.
“O bagulho aqui é louco, aqui a facção é Comando Vermelho, no Paraná é PCC! Eu tô falando porque eu tô com medo, medo pra c******”, desabafou.
Parentes que moram no Paraná relataram ter recebido mensagens e ligações de supostos sequestradores pedindo resgate de R$ 7 mil, mas eles conseguiram chegar a um consenso de pagar R$ 2 mil. A informação é de que os familiares teriam efetuado o pagamento, mas não tiveram mais notícias do paradeiro do rapaz. A reportagem tentou contato com a família, mas ninguém quis comentar sobre o caso.
“Estou orientada pelo meu advogado a não dar entrevistas para não atrapalhar as investigações policiais, iremos aguardar o resultado do inquérito policial, irei preservar a minha integridade física e moral”, explicou uma prima.
RELEMBRE O CASO
Segundo informações, Douglas é usuário de drogas e na madrugada do dia 1º teria tido uma crise de abstinência. Ele se levantou e saiu da residência para comprar entorpecentes para o consumo.
Do lado de fora da casa, ele teria sido abordado por pessoas ainda não identificadas perguntando de qual facção ele era integrante. A desconfiança é de que ele tenha sido confundido como membro do PCC por ter uma tatuagem muito parecida com a usada por integrantes da facção.
Um familiar teria dito também que recebeu uma mensagem dizendo que viram Douglas sendo levado por suspeitos a uma casa, amarrado. A família, no entanto, teme estar sendo enganada pelos famosos “trotes”. Um boletim de ocorrências foi registrado pela namorada de Douglas sobre o desaparecimento do rapaz.