OPERAÇÃO DATAR

TJ mantém preso DJ acusado de lavar R$ 185 milhões do tráfico

A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou habeas corpus ao DJ Patrike Noro de Castro, um dos principais investigados na Operação Datar, deflagrada em agosto de 2025 para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Ele era apontado como “pilar central” do esquema que movimentou mais de R$ 185 milhões entre 2015 e 2023.

Por maioria de votos, os desembargadores mantiveram a prisão preventiva de Castro, decidindo que os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa têm natureza permanente, o que justifica a custódia mesmo com o transcurso de tempo entre os fatos e a decretação da prisão.

O julgamento teve como relator o desembargador Wesley Sanchez Lacerda, que votou pela concessão parcial do habeas corpus para substituir a prisão por medidas cautelares, como recolhimento domiciliar noturno com monitoramento eletrônico.

No entanto, o desembargador Marcos Machado, em voto-vista que se tornou vencedor, entendeu que a manutenção da prisão era necessária para garantir a ordem pública. Sua posição foi acompanhada pelo desembargador Orlando de Almeida Perri.

O voto vencedor destacou que Patrike Noro de Castro teria movimentado sozinho R$ 21.803.191,42 entre 2015 e 2023, valores incompatíveis com seus rendimentos declarados de apenas R$ 153.848,99 no mesmo período.

A decisão também considerou a reiteração delitiva de Patrike, condenado em 2019 por tráfico de drogas, o protagonismo no esquema de lavagem de dinheiro, a natureza permanente dos crimes de associação criminosa e lavagem e risco à ordem pública pela extensão das atividades ilícitas.

Operação Datar

A Operação Datar, deflagrada em 14 de agosto de 2025, investigava uma organização criminosa que atuava na lavagem de recursos provenientes do tráfico de drogas. De acordo com as investigações, o grupo teria movimentado mais de R$ 185 milhões em oito anos, utilizando empresas de fachada e interpostas pessoas para ocultar a origem ilícita dos valores.

Patrike Noro de Castro já respondia a outros processos por tráfico de drogas e havia sido condenado em 2019 a seis anos e três meses de reclusão em regime semiaberto.

A denúncia contra os 18 integrantes do grupo foi oferecida pelo Ministério Público em 30 de setembro de 2025 e recebida pela Justiça em 9 de outubro, poucos dias antes do julgamento do habeas corpus.

O caso segue em tramitação na Primeira Vara Criminal de Cuiabá, onde os acusados responderão pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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