CASO KEITIANE

Médicos são indiciados pela morte de vendedora

 Os três médicos foram indiciados pela morte da vendedora Keitiane Eliza da Silva, de 27 anos, ocorrida no dia 14 de abril de 2021, após ela passar por cirurgias plásticas na Clínica Valore Day, em Cuiabá.

  Os profissionais foram indiciados pela acusação de homicídio culposo por negligência. São eles: o cirurgião Alexandre Rezende Veloso e os anestesistas Klayne Moura Teixeira de Souza e Christiano Camargo Prado.

   Conforme os advogados da família da vítima, Heliodorio Santos Nery e Marciano Nogueira Silva, os médicos teriam ignorado as recomendações da época para suspensão de cirurgias eletivas, as consideradas não urgentes ou emergenciais.

    As recomendações foram feitas pela possibilidade de complicações e a paciente precisar de uma vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que estavam superlotadas em decorrência da pandemia.

   Keitiane foi submetida a cirurgias de abdominoplastia, lipoaspiração e mastopexia 22 dias após ter sido diagnosticada com Covid-19. Pelos três procedimentos, desembolsou R$ 50 mil. 

“A Sociedade Brasileira de Anestesiologia, naquele momento, indicava uma espera mínima de pelo menos quatro semanas para pacientes [de Covid] assintomáticos, e de pelo menos seis semanas para pacientes que apresentassem alguns sintomas, que foi o caso da Keitiane”, pontuou o advogado.

  Ainda segundo os advogados da família, consta nos laudos técnicos que, como de praxe, foram requisitados exames pré-operatórios e anestésicos, os quais revelaram uma inflamação no pulmão de Keitiane, fato que, segundo os representantes da família, impediria a realização dos procedimentos.

   “Ela apresentou alguns sintomas, inclusive comprometimento pulmonar, que ficou demonstrado através da tomografia de tórax que foi realizada no dia 1º de abril”.

    Após os procedimentos no dia 13 de abril, Keitiane foi encaminhada a um quarto da clínica, e na noite do mesmo dia começou a ter complicações. De acordo com Nery, por volta das 21h ela teve a primeira parada cardíaca, que seriam sucedidas por outras cinco.

    Já com quadro irreversível, Katiane acabou morrendo na UTI de choque hemorrágico, causado por uma coagulopatia intravascular disseminada, decorrente da Covid-19, informou Silva.

A reportagem tentou entrar em contato com os médicos, mas não conseguiu falar com os mesmo. O espaço segue aberto para o outro lado.

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