A inadimplência do produtor rural pessoa física no Brasil atingiu 7,9% no primeiro trimestre, aumento de 0,9 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2024, à medida que o setor enfrenta “desafios” relacionados a custos, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1) pela Serasa Experian.
O indicador, que considera dívidas vencidas há mais de 180 dias e que foram contraídas junto a bancos e empresas que se relacionam às principais atividades do agronegócio, teve alta de 0,3 ponto na comparação com o quarto trimestre do ano passado.
Após uma quebra de safra de grãos no ano passado, que ajudou a impulsionar a inadimplência, o Brasil teve em 2025 uma colheita recorde de soja, o principal produto do agronegócio.
Para Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, a “flutuação” do indicador já era esperada.
“De certa forma, podemos ver esse fato com bons olhos, pois ele comprova a resiliência de toda a cadeia agro, que mesmo com desafios de custos e de perdas de receita segue, em sua maioria, honrando compromissos financeiros…”, disse ele, em nota.
Os produtores qualificados como “grandes proprietários” tiveram o maior percentual de inadimplência no período, marcando 10,7% e superando a média nacional.
“O destaque para os grandes proprietários reflete uma questão de comportamento… esses são perfis que costumam assumir volumes maiores de financiamentos, aumentando a exposição a possíveis riscos e oscilações econômicas de mercado”, disse Pimenta.
Além deles, a categoria de arrendatários teve inadimplência mais alta, com 9,5%.
Em seguida vieram os médios proprietários, com 7,8%, e os pequenos, com 7,2%.