O Parque Ibirapuera, um dos ícones da cidade de São Paulo, celebra seu 70º aniversário nesta quarta-feira (21). Desde que foi concedido à iniciativa privada em 2020, o parque tem enfrentado desafios relacionados à sua conservação, mesmo após receber investimentos consideráveis. A marquise José Ermírio de Moraes, uma obra do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, está atualmente em reforma devido a problemas de manutenção, incluindo riscos de desabamento e infiltrações.
Desde a privatização, a concessionária Urbia – responsável por tomar conta do parque – investiu mais de R$ 200 milhões, sendo R$ 166 milhões destinados a obras e R$ 49 milhões para manutenção. A empresa planeja injetar mais R$ 50 milhões até 2025, com o objetivo de melhorar a infraestrutura do parque. Entre as melhorias já implementadas, destacam-se as reformas nos banheiros e a revitalização das áreas ao redor do lago e do auditório. No entanto, ainda são visíveis sinais de degradação, como sujeira e ferrugem em equipamentos de lazer.
A privatização do Ibirapuera também trouxe um aumento significativo nos preços de serviços, como o estacionamento, o que gerou críticas sobre a elitização do espaço público. Inaugurado em 1954, o parque foi concebido para embelezar a cidade e ocupa uma área de 1,58 milhão de metros quadrados, tornando-se o terceiro maior parque da capital paulista. Embora a gestão privada tenha trazido uma abordagem mais séria à administração, muitos frequentadores percebem um aumento na presença de publicidade, o que transforma o local em um “shopping ao ar livre”.
Apesar dos esforços para revitalizar o Ibirapuera, a percepção de deterioração persiste entre os visitantes. A combinação de investimentos e a necessidade de manutenção contínua são essenciais para garantir que o parque continue a ser um espaço de lazer e cultura para a população. A administração do parque enfrenta o desafio de equilibrar a modernização com a preservação de sua essência, que atrai milhões de pessoas anualmente.