O Operador Nacional do Sistema (ONS) está considerando a possibilidade de reintroduzir o horário de verão, em resposta à grave seca que atinge o Brasil, a mais severa em quase um século, e ao aumento no consumo de energia elétrica. Para abordar essas questões, uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) foi agendada, onde serão analisadas as condições climáticas e o plano de contingência do ONS. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, ressaltou que a reimplementação do horário de verão poderia ajudar a equilibrar o consumo de energia durante os horários de pico, especialmente no início da noite, quando a produção de energia solar e eólica tende a cair.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou, considerando a volta do horário de verão como uma “alternativa” viável. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apoia a ideia de restabelecer o horário de verão, argumentando que isso poderia gerar um aumento de até 15% no faturamento do setor entre 18h e 21h. Além disso, a medida é vista como uma forma de incentivar o consumo e reduzir os custos operacionais para os estabelecimentos.
Desde sua extinção em 2019, o horário de verão não é mais adotado, após uma análise técnica que concluiu que sua manutenção não era mais justificável do ponto de vista elétrico. Contudo, a mudança nos padrões de consumo e a atual crise hídrica estão reacendendo o debate sobre a possibilidade de sua reinstauração.
O horário de verão foi implementado pela primeira vez em 1931 e, desde então, passou a ser adotado anualmente até 2019, com algumas interrupções ao longo do tempo. A discussão sobre sua eficácia em promover economia de energia continua polarizada, com diferentes opiniões sobre seus efeitos na qualidade de vida e na saúde da população.