O aquecimento dos oceanos tem sido um dos principais fatores por trás da intensificação dos furacões nos últimos anos. As águas mais quentes fornecem energia extra para as tempestades tropicais, transformando-as em furacões mais fortes e destrutivos. Um exemplo recente é o furacão Milton, que se intensificou em um curto período, passou de uma simples tempestade tropical para um furacão de alta potência. Esse fenômeno é reflexo direto do aumento das temperaturas dos mares. Os oceanos funcionam como um “tanque de combustível” para os furacões. A água quente evapora, fornecendo a umidade e o calor que alimentam a formação e o fortalecimento dessas tempestades. Quanto maior a temperatura da superfície do oceano, mais energia é transferida para a atmosfera, gerando furacões com ventos mais fortes e chuvas mais intensas. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura média dos oceanos aumentou significativamente nas últimas décadas, impulsionada pelo aquecimento global.
Isso preocupa porque furacões mais fortes causam danos muito maiores, tanto em termos de destruição de infraestrutura quanto no número de vidas afetadas. A intensidade crescente das tempestades tem levado a perdas econômicas, especialmente em áreas costeiras vulneráveis, que já sofrem com a elevação do nível do mar e as inundações. Além disso, o fenômeno da rápida intensificação, como observado com Milton, está se tornando cada vez mais comum. Antigamente, os furacões levavam dias para atingir seu pico de força, o que dava às populações tempo para se preparar. Hoje, esse tempo é muito mais curto e aumenta os riscos para as pessoas que vivem em áreas suscetíveis. O cenário global aponta para uma necessidade urgente de ações climáticas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e desacelerem o aquecimento dos oceanos. Enquanto isso, países devem reforçar suas políticas de preparação e resiliência para diminuir os impactos que esses fenômenos climáticos mais intensos podem trazer.