O ano de 2024 consolidou-se como o mais quente já registrado, com a temperatura média global excedendo em 1,5°C os níveis pré-industriais. Este marco encerra uma década caracterizada por calor extremo e eventos climáticos devastadores, como inundações, ciclones e incêndios florestais. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) relatou que, entre janeiro e setembro de 2024, a temperatura média do ar na superfície do globo foi 1,54°C superior à média pré-industrial. Em resposta a esses dados, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou a necessidade urgente de reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa em 2025, alertando que a humanidade está “no caminho para o desastre” caso medidas significativas não sejam adotadas.
O avanço de movimentos negacionistas e políticas populistas contrárias às ações climáticas representa um obstáculo significativo. A possível retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, sob a liderança de Donald Trump, e o crescimento de partidos de direita na Europa ameaçam comprometer os esforços globais para mitigar as mudanças climáticas. O Brasil, em particular, enfrenta desafios iminentes. Previsões indicam que o verão de 2025 poderá ser um dos mais intensos já registrados, com altas temperaturas e eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, impactando a agricultura, a saúde pública e o cotidiano da população. Além disso, a possível ocorrência do fenômeno La Niña no final de 2024 ou início de 2025 pode intensificar ainda mais essas condições, exacerbando os desafios climáticos no país.
Diante desse cenário, é imperativo que governos, empresas e sociedade civil intensifiquem seus esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotem políticas ambientais mais ambiciosas. A inação ou retrocesso nas políticas climáticas não só compromete o meio ambiente, mas também coloca em risco a saúde, a segurança e o bem-estar das gerações presentes e futuras. Em 2025, a ONU planeja focar em ações para a preservação das geleiras, destacando a importância da criosfera — regiões congeladas da Terra — e a necessidade de conscientização sobre a aceleração do derretimento dessas áreas críticas. A comunidade internacional deve encarar 2025 como um ano decisivo para a implementação de medidas concretas que revertam a trajetória atual e assegurem um futuro sustentável para o planeta.