CLÁUDIA RAIA RESPONDE

Idade não é limitante para a potência feminina que vem com a maturidade

(Renan Christofoletti/BOA FORMA)

Atriz, bailarina, produtora e mãe de três filhos, Claudia Raia se tornou uma das maiores inspirações quando o assunto é viver intensamente todas as fases da vida. Aos 58 anos, ela prova que maturidade não significa limite, mas sim liberdade: liberdade para fazer suas próprias escolhas, para se reinventar e para reforçar ainda mais sua potência.

Ao anunciar uma gravidez aos 55 anos, durante a menopausa, Claudia enfrentou julgamentos e comentários negativos.

“Engraçado porque a maioria dos comentários negativos que eu recebi foram de mulheres de 50+. Olha que loucura! Isso me causou uma estranheza muito grande. Mas eu entendo que eu toquei em um lugar muito nevrálgico das mulheres”, relata.

Ainda assim, os olhares críticos sobre suas decisões não abalam sua força e nem autenticidade. Para Cláudia, não há limites , nem idade, para continuar sonhando.

“Eu estou chegando nos meus 59 anos este ano, e nunca me senti tão forte, tão potente, tão pronta para lutar, para sonhar. É uma troca benéfica você substituir o medo por sonhos.”

Veja entrevista:

Quais são os seus segredos para manter tanta energia e vitalidade no dia a dia?

Eu acho que isso é colher os frutos do que eu plantei. Foi uma vida inteira de uma vida saudável, de uma boa alimentação, de exercício físico, de um estilo de vida muito saudável.

Muitas pessoas falam “Ai, mas você não viveu”. Não é isso, eu vivi intensamente, loucamente. É que eu tinha outras prioridades. Por ser bailarina, por exemplo, sempre olhei muito para minha saúde física e mental, eu precisava disso.

E é claro que essa energia também é algo muito meu. Eu sou uma pessoa muito enérgica, sempre fui assim. Faço 10 coisas ao mesmo tempo. Mesmo com 58 anos, continuo muito potente, muito ativa.

Eu faço terapia a vida inteira. Eu nunca me dei alta da terapia. Na verdade, eu acho que nem existe uma alta da terapia. A vida é muito dinâmica, ela vai e volta, e você tem que estar preparada para dar conta disso. A terapia é uma grande ferramenta. Eu costumo dizer que metade do trabalho que eu fiz com os meus filhos veio da terapia.

Como a maturidade transformou a sua relação consigo mesma?

A maturidade vai te dando uma escolha de como você deve viver a vida. Quando você é mais jovem, você começa a dizer tudo que pensa, você fala o que quiser…

Quando você é mais madura, você escolhe para quem você fala, o que você fala e se vale realmente a pena gastar o seu tempo, a sua saliva com alguma coisa que não vai surtir nenhum resultado.

Eu prefiro muito mais a Cláudia de 58 anos do que a Cláudia de 28 anos. Acho que eu estou muito mais interessante do que eu era. E eu gosto dessa versão segundo ato da Cláudia. É muito libertador quando você aprende a dizer não, quando você aprende a preferir ter paz do que razão. As prioridades mudam. E isso é libertador.

Você engravidou na menopausa. Como foi essa experiência para você física e emocionalmente?

A gente já tinha planos de ter um filho. A gente conversa sobre isso desde que se conheceu, quando eu tinha 45 anos. Mas demorou 10 anos para eu entender mesmo o porquê de eu querer ter mais um filho.

Demorou para eu entender se eu queria mais um filho porque o Jarbas não tinha um filho e isso era um sonho dele ou se realmente eu queria ter um filho. Afinal, é muito difícil você escolher ter um filho depositando a responsabilidade no outro.

Demorei 10 anos para entender que realmente eu queria ter mais um filho. E aí a gente tomou atitude.Quando eu tinha 20 e poucos anos, a minha mãe espiritual me disse que eu teria três filhos e que o terceiro seria bem tardio e de livre arbítrio. Eu ia escolher se eu ia querer ou não. Os outros dois eram cármicos.

E aí, aos meus 48 anos, eu estava em casa e recebi uma ligação dela. “Você tem que tirar óvulos”, falou ela. Eu disse: “Nem sei se eu ainda tenho óvulos, amiga”. Ela falou: “Tem sim, pode tirar que vai ter”.E aí eu tirei óvulos para me organizar para fazer uma FIV (inseminação artificial). E, por causa dos hormônios que tomei para essa inseminação, eu ovulei e tive o Luca de maneira natural.

Olha a volta que deu para eu conseguir engravidar naturalmente. Mas eu tinha que ter tirado os meus óvulos, porque, se eu não tivesse tirado, eu não ia fazer a FIV e não ia tomar os hormônios, que deram um boost no meu organismo para que eu ovulasse e engravidasse naturalmente.

O Luca é uma alegria na nossa vida, alegria para os irmãos também. Foi tudo incrível do jeito que tinha que ser.

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