ENTENDA O QUE É

Ghostworking em Alta: Profissionais Procuram Emprego Durante o Expediente

Enquanto gestores pressionam por produtividade e presença no escritório, 92% dos profissionais estão procurando emprego durante o expediente, segundo uma nova pesquisa da Resume Now, plataforma online que oferece ferramentas para criação de currículos, que entrevistou mais de mil colaboradores nos EUA.

Essa tendência, conhecida como “ghostworking”, mostra até onde os profissionais vão para manter suas opções abertas em um mercado de trabalho incerto. O relatório Work Change 2025 do LinkedIn reforça essa realidade: quase três em cada cinco profissionais no mundo planejam buscar um novo emprego este ano — muitos deles, durante o horário de trabalho.

Com a confiança sendo colocada à prova dos dois lados, o ghostworking vai além de uma tendência passageira: é um alerta para os empregadores e uma tática de sobrevivência para milhões de profissionais.

O que está por trás do ghostworking?

  1. Falta de propósito e engajamento
    O principal fator parece ser uma crise de trabalho com propósito. Quando os profissionais não têm expectativas claras, tarefas com significado ou envolvimento genuíno com seu papel, é natural que comecem a procurar alternativas.
  2. Incerteza econômica e insegurança no emprego
    Com demissões dominando as manchetes em diversos setores e a segurança no emprego se tornando cada vez mais incerta, muitos profissionais estão se prevenindo.
  3. Fronteiras borradas entre trabalho e vida pessoal
    Modelos híbridos e remotos apagaram os limites tradicionais entre o tempo pessoal e o profissional. Essa ambiguidade abriu espaço para o ghostworking, que seria mais difícil de acontecer em ambientes corporativos presenciais tradicionais.
  4. Fatores psicológicos
    Muitos profissionais relatam sentimentos de desvalorização, baixos salários ou estagnação em cargos que não se alinham com seus objetivos.

 

Os custos do ghostworking para as empresas
Embora o crescimento do ghostworking represente desafios para os empregadores, ele também revela questões importantes que as empresas precisam encarar de frente.

  1. Recursos desperdiçados
    A consequência mais imediata é o desperdício de recursos humanos. Quando a maioria dos colaboradores procura emprego durante o expediente, as empresas estão pagando para que seus funcionários planejem suas saídas. Isso evidencia uma má alocação de recursos da folha de pagamento e revela que as estratégias de engajamento estão falhando.
  2. Confiança desgastada
    O ghostworking cria uma dinâmica prejudicial em que gestores se sentem obrigados a vigiar e os funcionários tentam esconder a verdade. Esse ciclo de desconfiança corrói as relações de colaboração que são essenciais para equipes de alto desempenho. Quando os profissionais gastam sua energia mental tentando parecer produtivos — em vez de realmente serem — todos saem perdendo.
  3. Treinamento da concorrência
    Empresas que investem em desenvolvimento de carreira, capacitação e crescimento interno acabam, involuntariamente, financiando os esforços de recrutamento de seus concorrentes. O retorno sobre o investimento em capital humano despenca quando os funcionários estão ativamente buscando oportunidades fora da organização.

Como as empresas devem lidar
A chave para lidar com o ghostworking começa ao entender por que os funcionários se desligam emocionalmente do trabalho em primeiro lugar.

Use o ghostworking como ferramenta de diagnóstico
Empresas com visão de futuro podem usar os dados sobre o ghostworking para identificar problemas organizacionais mais profundos:

Expectativas de função pouco claras;
Oportunidades insuficientes de desenvolvimento de carreira;
Práticas de gestão inadequadas;
Estruturas de remuneração desalinhadas;
Falta de trabalho com propósito.
Soluções que vão além da vigilância
Embora o monitoramento possa reduzir os comportamentos associados ao ghostworking em um primeiro momento, ele não resolve as causas estruturais do desengajamento dos colaboradores.

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