O Ministério Público Estadual (MPE) apresentou as alegações finais na ação penal referente à morte do aluno do Corpo de Bombeiros Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, durante um treinamento da corporação em novembro de 2016, na Lagoa Trevissan. O MPE pediu a condenação da tenente Izadora Ledur pelo crime de tortura. O órgão também pede que a oficial seja condenada à perda do posto e da patente, com a consequente exclusão das fileiras do Corpo de Bombeiros.
O julgamento do caso acontece no dia 27 de janeiro de 2021 e será conduzido pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar de Cuiabá.
O caso
Rodrigo morreu no dia 15 de novembro de 2016, cinco dias após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios.
Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.
Durante a realização das aulas, Rodrigo queixou-se de dor de cabeça. Após a travessia a nado na lagoa, ele informou ao instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado, retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.