Nos últimos anos, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido amplamente discutido e diagnosticado. No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas convivem com a condição, mas especialistas alertam para o risco de banalização e diagnósticos equivocados. Segundo Talitha Viola, pedagoga e psicopedagoga, é essencial cautela, já que nem todo comportamento agitado ou dificuldade de atenção significa TDAH. Fatores como ansiedade, estresse ou desinteresse também podem simular os sintomas.
O diagnóstico é complexo e requer uma abordagem multidisciplinar, com psicopedagoga, neuropsicóloga e médico (neurologista ou psiquiatra). A psicopedagoga avalia o impacto do TDAH no aprendizado e propõe estratégias pedagógicas. A neuropsicóloga analisa funções cognitivas e emocionais, enquanto o médico integra essas informações, descarta outras condições e fornece o diagnóstico final.
A neuropsicóloga Mariangela Seixas destaca a importância de acolher a família durante o processo, que inclui entrevistas, avaliações detalhadas e testes padronizados. Ela reforça que o diagnóstico exige uma visão ampla, considerando histórico familiar, ambiente social e fatores emocionais. Nem sempre as dificuldades observadas indicam TDAH; elas podem ser transitórias ou decorrentes de outros problemas.
Após o diagnóstico, o acompanhamento com psicopedagoga e neuropsicóloga é crucial. Estratégias personalizadas ajudam na organização, atenção e autocontrole, além de colaborar com escola e família para criar um ambiente de suporte. Isso favorece o desenvolvimento das funções executivas e melhora a autoestima da criança. Rotinas, previsibilidade e atividades como mindfulness têm mostrado resultados positivos.
A abordagem integrada e cuidadosa permite intervenções eficazes, evitando rótulos precipitados e promovendo o progresso educacional e emocional das crianças com TDAH.