HERANÇA DA RESISTÊNCIA

Conheça os negros que moldaram a história de MT

Entre os nomes de destaque na história do estado está Tereza de Benguela, a líder do Quilombo do Quariterê, que simboliza a luta por liberdade e igualdade

Mato Grosso carrega uma história profundamente marcada pela influência e resistência dos povos negros, que desempenharam papéis fundamentais na formação da sociedade, cultura e economia do estado.

Hoje, com 60% da população se autodeclarando preta ou parda, segundo o Censo de 2010, as contribuições históricas e contemporâneas dessa comunidade continuam a ser reconhecidas e celebradas.

Entre os nomes de destaque na história do estado está Tereza de Benguela, a líder do Quilombo do Quariterê, que simboliza a luta por liberdade e igualdade.

Jejé de Oyá, figura proeminente das festas sociais cuiabanas, também deixou um legado cultural vibrante.

Outro marco da herança afro-brasileira em Mato Grosso é o poeta Zé Bolo Flô, que, apesar de semianalfabeto, encantava Cuiabá com suas poesias e hoje é homenageado com o Parque Estadual Zé Bolo Flô.

Maria Taquara, que desafiou normas sociais ao usar calças, tornou-se um símbolo de liberdade feminina, enquanto Mãe Bonifácia é lembrada por sua força e solidariedade, representadas no parque que leva seu nome.

Protagonistas do presente

O impacto dos negros em Mato Grosso não se limita ao passado. Personalidades como Adenir Carruesco, primeira desembargadora negra e atual presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT), demonstram a força de superação.

Nascida em uma família de cafeicultores, sua trajetória de mérito a levou a posições de destaque no Judiciário nacional.

Na área cultural, Lindisey Catarina de Sá tem promovido a arte afro-brasileira há mais de 15 anos, com eventos como a Lavagem da Escadaria da Igreja do Rosário, reforçando o valor das tradições.

Já na segurança pública, Nilson Farias de Oliveira se destaca como delegado na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, enfrentando desafios pessoais e profissionais para se tornar uma figura respeitada.

Cultura viva e resistência

As tradições africanas continuam a pulsar em Mato Grosso, visíveis em danças como o Siriri e o Cururu, que integram o rico patrimônio cultural do estado.

Essas manifestações são testemunhos da força e resiliência dos negros, que mantêm vivas suas raízes e contribuem para o fortalecimento da identidade regional.

Nesse 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, Mato Grosso celebra não apenas a história de resistência, mas também os caminhos abertos por essas figuras inspiradoras que moldaram o presente e pavimentaram um futuro mais inclusivo.

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