A dermatologia estética vive um momento de transformação, impulsionado por pacientes cada vez mais exigentes, que buscam resultados naturais, eficazes e duradouros. Nesse cenário, surge com força o conceito de tratamentos combinados, também chamado de stacking, que consiste na integração de diferentes tecnologias, substâncias e abordagens terapêuticas para potencializar efeitos, tratar múltiplas camadas da pele e promover rejuvenescimento global. Mais do que somar técnicas, o stacking é uma estratégia inteligente de personalização, que leva em conta as necessidades individuais e respeita a singularidade de cada pele.
O princípio é simples: nenhum procedimento isolado consegue atender, de forma completa, todas as alterações do processo de envelhecimento. Rugas, flacidez, manchas, perda de luminosidade, alteração do contorno facial e cicatrizes, por exemplo, têm origens distintas e demandam estímulos diferentes. Ao combinar recursos, é possível atuar simultaneamente em diversas frentes — desde a epiderme até planos mais profundos — garantindo resultados mais homogêneos e naturais.
Um exemplo clássico é a associação de laser fracionado ao uso de exossomas. O laser cria microcanais que estimulam a renovação da pele e, ao mesmo tempo, facilitam a penetração de exossomas ricos em fatores de crescimento e sinais biológicos. Essa sinergia acelera a reparação, aumenta a produção de colágeno e entrega uma pele mais firme, luminosa e uniforme em menos tempo.
Outro protocolo muito utilizado é a combinação de radiofrequência com bioestimuladores de colágeno. Enquanto a radiofrequência aquece profundamente a derme, induzindo contração imediata das fibras e estímulo fibroblástico, os bioestimuladores (como ácido poli-L-láctico, hidroxiapatita de cálcio ou policaprolactona) agem de dentro para fora, promovendo a produção gradual e sustentada de colágeno. O resultado é uma melhora significativa da flacidez, com efeito natural e progressivo.
O stacking também se estende ao alinhamento entre cuidados internos e externos. Suplementos ricos em antioxidantes, peptídeos e colágeno hidrolisado podem complementar tratamentos tópicos com retinol, vitamina C e ácidos despigmentantes, criando um ambiente celular mais propício à regeneração. Essa abordagem integrativa considera que a pele reflete a saúde sistêmica e, portanto, precisa ser cuidada de forma global.
O grande diferencial dessa estratégia é a personalização. Cada paciente apresenta características únicas — idade, qualidade da pele, estilo de vida, histórico de procedimentos — e, por isso, os protocolos de combinação devem ser cuidadosamente planejados. Em mãos experientes, o stacking pode reduzir o número de sessões necessárias, potencializar resultados e até minimizar efeitos adversos, já que muitas técnicas se complementam em vez de competir entre si.
Em um mercado cada vez mais voltado para a naturalidade, os tratamentos combinados se consolidam como a principal tendência em estética avançada. Eles não apenas rejuvenescem, mas restauram a harmonia facial, devolvem vitalidade à pele e alinham a estética ao bem-estar integral. O futuro da dermatologia estética não está em buscar a técnica mais poderosa, mas em combinar, de forma inteligente e individualizada, aquilo que cada tecnologia tem de melhor a oferecer.
Diogo Tadeu Alves Corrêa é médico, atua na clínica Tez na área de estética há 18 anos.
