DIA DO IDOSO

Cinco hábitos para se envelhecer de forma saudável

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Cientistas dos Estados Unidos acreditam que um dia a expectativa de vida poderá ultrapassar os 140 anos. Embora pareça uma estimativa ousada, os pesquisadores da Universidade da Geórgia afirmam que ainda não chegamos ao limite máximo da longevidade humana. No Brasil, a expectativa de vida é de 77 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final do ano passado.

Isso não significa que ao completar essa idade o brasileiro já esteja fadado à morte. A projeção feita pelo IBGE aponta apenas que a tendência média da população é atingir essa idade. Por isso, neste Dia Nacional do Idoso, celebrado em 27 de setembro, a médica especialista em geriatria e gerontologia Sarah Melo, que atende no centro clínico do Órion Complex, destaca a importância de se envelhecer com saúde. “Por mais que saibamos que existe uma ponte entre a juventude e nossa morte, chamada envelhecimento natural, também sabemos que manter a qualidade dessa ponte é o que diferencia uma velhice saudável e feliz ou não”.

A especialista cita cinco hábitos para se envelhecer de forma saudável. Veja a seguir:

1. Criar e manter uma rede de apoio.
Saber desenvolver relações afetivas (amigos, familiares, parceiros, colegas de trabalho e de outros ambientes) que serão alicerces durante a fase da vida em que lidamos com muitas perdas. “Perdemos o viço da pele, a ocupação (com a aposentadoria), pessoas queridas se vão (por diminuição da convivência, mudança ou morte), por vezes perdemos a independência (limitações físicas e de mobilidade). Por essas questões, pesquisas apontam o poder transformador de uma rede de apoio bem sedimentada. Com ela, a sensação de sentir-se aceito e amado mantém a alegria e o propósito da vida”, destaca Sarah Melo.

2. Cuidar do corpo como seu maior bem material.

O corpo é onde passamos todos os nossos dias. Assim como em nossa casa, precisamos estar atentos aos desgastes do tempo, fazer manutenção periódica e preventiva. “Manter o corpo em movimento através de práticas e exercícios frequentes é outra tarefa inegociável. Costumo dizer que ‘o que não usa, enferruja’, nada mais verdadeiro e simples quanto isso. Se quer ser ativo e funcional no futuro, faça seu investimento hoje!”, alerta a médica.

3. Cuidar da mente e do emocional.

Menosprezar a saúde psíquica e emocional será catastrófico a longo prazo, somos o que pensamos. “Não se prenda em pensamentos rígidos, críticos e maléficos por você mesmo. Ser compassivo, amável e realista, como uma boa mãe deve ser com seu filho, controlará seu estresse e ansiedade, e fará com que sua autoestima e seu autoamor se elevem a ponto de te sustentarem nas maiores adversidades”, afirma a especialista.

4. Pensar na alimentação.

Compreender o funcionamento do nosso corpo e a fisiopatologia (ou mecanismo criador) de cada doença alerta sobre tudo aquilo que se coloca dentro dele. “Sendo nosso corpo especial e único, devemos nos recusar a fazer escolhas vazias ou prejudiciais.É como colocar um combustível adulterado em uma Ferrari: logo vai estragar o motor e o preço do conserto pode ser alto demais”, analisa.

5. Ter acompanhamento médico preventivo.

Fazer a monitorização dos nossos parâmetros, dos níveis hormonais, do metabolismo e do funcionamento geral do organismo. “Conseguimos tudo isso depositando a saúde nas mãos de bons profissionais, capacitados, para orientar e conduzir a saúde individualmente de cada um, através de exames e procedimentos específicos”.

Sarah Melo destaca que se atentando a esses pontos estará no caminho certo para chegar na chamada terceira idade com saúde. “Sentar e esperar a velhice chegar sem o menor preparo, sem dúvidas é a pior escolha possível a se fazer. Envelhecer com qualidade vai muito além da questão cronológica, é acompanhar seu corpo durante este processo e não tentar ir contra ele. Conhecer e compreender as mudanças que enfrentaremos, físicas, psíquicas, econômicas e sociais, irá tornar o futuro mais leve e previsível”, salienta.

Na prática

A aposentada Luzia Rosa do Carmo, de 68 anos, havia feito karatê por cerca de quatro anos em sua juventude e há dois voltou a se exercitar, agora com musculação e aeróbica. “Tive recomendação médica para fazer exercícios físicos pela minha pressão alta e também insônia. Nos primeiros dias o corpo doeu muito, mas não pensei em desistir. Nesse período que estou me exercitando já abaixou a minha pressão, minha insônia acabou, fiquei mais calma, minha barriga diminuiu e sinto meu corpo mais firme e harmonioso”, detalha ela. “Eu pretendo seguir com as atividades, porque gosto e faz bem para a saúde. Penso que todos na minha idade deveriam fazer. Acredito que remocei 20 anos ou mais”, brinca ela.

A geriatra Sarah Melo ressalta que praticar exercícios é essencial para fortalecer o sistema imunológico, prevenir o aparecimento de doenças crônicas e manter a mente saudável. “A prática de atividades físicas para os idosos minimiza os impactos do tempo no processo de envelhecimento, como o enfraquecimento dos músculos. Em pessoas previamente sedentárias os benefícios serão percebidos mais lentamente, mas nem por isso serão mais modestos. O sedentarismo é péssimo, portanto mudar os hábitos o quanto antes será capaz de evitar ou diminuir o impacto de inúmeros problemas futuros de saúde”, afirma.

Sobre como escolher uma atividade para se exercitar, ela dá uma dica. “O exercício ideal será aquele que respeitará duas regras: a preferência pessoal de cada pessoa aliado ao preparo e possibilidade física de cada um. O ideal será sempre que o idoso escolha uma atividade que lhe agrade, motive e gere bem-estar. Depois que começam a qualidade de vida melhora muito. Menos limitações para fazerem determinados movimentos necessários no dia a dia e com isso o idoso se sente mais confiante e feliz em vários aspectos da vida. Vale reforçar a importância de um bom profissional na hora de auxiliar as pessoas da terceira idade, pois desse jeito o idoso fará os exercícios específicos para a sua necessidade e que serão corretamente executados, respeitando seus limites”, ressalta.

 

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