Em 2024, o Brasil registrou uma redução no percentual de crianças de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil, que caiu de 4,9% para 4,2%, conforme dados do IBGE. Isso representa aproximadamente 1,6 milhão de jovens nessa faixa etária ainda envolvidos em atividades laborais. Este é o menor índice observado desde 2016, quando a taxa era de 5,2%. A análise dos dados revela que a maioria dos trabalhadores infantis é composta por crianças e adolescentes negros, que representam 65,2% desse grupo, enquanto sua participação na população total dessa faixa etária é de 59,3%.
Além disso, os meninos são predominantes, correspondendo a 63,8% dos jovens em situação de trabalho. Entre as crianças e adolescentes que trabalham, uma em cada cinco realiza jornadas de 40 horas ou mais por semana. A taxa de escolaridade entre esses jovens é de 88,4%, em contraste com os 97,5% da população total de 5 a 17 anos, evidenciando um desvio significativo na educação.
Regionalmente, o Norte do Brasil apresenta a maior taxa de trabalho infantil, com 6,9%, enquanto o Sudeste registra a menor, com 3,3%. O número de jovens envolvidos em atividades perigosas também é preocupante, totalizando 586 mil, o que representa uma queda de 22,5% em comparação a 2022.
Fatores como o aumento da renda familiar e a recuperação do mercado de trabalho podem ter contribuído para a diminuição dos índices de trabalho infantil. O rendimento médio dos meninos que trabalham é de R$ 815, enquanto o das meninas é de R$ 695, refletindo uma disparidade entre os gêneros.
No total, entre as 38,3 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, 1,85 milhão estavam envolvidos em atividades econômicas em 2023, sendo que 1,6 milhão se encontravam em situação de trabalho infantil. É importante ressaltar que o IBGE não considera como trabalho infantil as atividades domésticas ou os cuidados com outras pessoas.