A possibilidade de que cirurgias sejam realizadas de forma autônoma por robôs está cada vez mais próxima. Segundo especialistas, os elementos tecnológicos necessários já existem, e a previsão para que o modelo seja implementado na prática clínica depende mais da integração entre hospitais, cirurgiões e empresas de tecnologia do que de novos avanços técnicos. A estimativa é que o cenário possa se concretizar dentro de cinco a dez anos.
A combinação entre inteligência artificial generativa e sistemas modernos de robótica é o ponto central dessa transformação. Hoje, modelos de IA já conseguem descrever com precisão todas as etapas de um procedimento cirúrgico e, quando integrados a robôs capazes de reproduzir movimentos complexos, podem executar intervenções com alta precisão.
A incorporação da tecnologia exigirá mudanças estruturais, incluindo ajustes na formação médica, adequações nos modelos de remuneração do sistema de saúde e revisão da cultura profissional, historicamente dividida entre especialidades diagnósticas e intervencionistas.
Especialistas afirmam que cirurgias simples e com anatomia previsível serão as primeiras a serem automatizadas. A validação regulatória deverá comparar desempenhos de máquinas e profissionais, garantindo que a qualidade alcance o nível de cirurgiões experientes.
Com a escassez de médicos em determinadas regiões e a necessidade de maior eficiência, a expectativa é que a adoção da tecnologia seja acelerada e, no futuro, a presença de sistemas autônomos em salas cirúrgicas se torne parte da rotina hospitalar.

