O vereador afastado, Chico 2000 (PL), negou estar envolvido no suposto esquema de corrupção investigado pela Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (29). Outro vereador está envolvido no caso, Sargento Joelson (PSB).
Durante entrevista à imprensa, Chico 2000 afirmou ter sido surpreendido pela operação e declarou que ainda não teve acesso aos autos do inquérito. Afirmou que seu celular e sua senha foram entregues voluntariamente aos investigadores, e nada foi apreendido em sua residência ou em seu gabinete.
“Eu acordo cedo, mas foi uma surpresa. Não esperava. Fui notificado às 6h da manhã, com educação, pelo delegado. Entreguei meu celular e minha senha. Nada foi levado”, relatou o parlamentar.
O parlamentar informou, que seu advogado já recebeu procuração para acessar os documentos e adotar as medidas legais necessárias. “Preciso entender os reais motivos disso tudo. O que sei até agora foi o que ouvi da equipe da operação. Não posso entrar em detalhes porque o caso corre em segredo de Justiça”, explicou.
A investigação tem como base uma mensagem enviada pelo Executivo municipal à Câmara, em 2023, solicitando autorização para parcelar débitos com a Receita Federal. À época, a Prefeitura de Cuiabá, sob a gestão de Emanuel Pinheiro (MDB), estava impedida de receber recursos federais. O projeto foi aprovado por 20 votos, durante a presidência de Chico 2000 na Casa.
“O Executivo pediu autorização para parcelar dívidas e voltar a receber recursos. A proposta passou por todas as comissões e foi aprovada em plenário com total transparência. Estivemos no Ministério Público e levamos esclarecimentos. Tudo foi feito dentro da legalidade”, garantiu o liberal.
As investigações apontam que vereadores teriam recebido valores via Pix em troca da aprovação do projeto, o qual, supostamente, beneficiaria uma empresa contratada para as obras do Contorno Leste. Chico 2000, no entanto, negou qualquer relação com empresários ligados à empresa investigada.
“Aqui na Câmara tem câmeras, é só solicitar as imagens. Pix? Basta pedir a quebra de sigilo bancário que tudo será esclarecido. Não se pode viver de especulação e lançar nomes ao vento. Não vou aceitar. Quem não deve, não teme. Nunca recebi donos de empresa alguma relacionada ao Contorno Leste. Recebi, sim, vereadores e outras pessoas, como sempre fiz. Receber no gabinete não é crime”, afirmou.