VALIDADE

Um dia após a eleição

Assim como a esquerda não é totalmente “Lulista” a direita não é necessariamente “Bolsonarista”, essa divisão é bem clara no país.

Em Mato Grosso as proporções são diferentes. A direita que consegue enxergar além da bolha, por ser a parte menor, se vê na necessidade de dizer amém a um radicalismo que não lhe é natural.

Entre os que conservaram sua capacidade de questionamento, a seletividade nas bandeiras que querem defender, temos dois exemplos que de longe são notados por destoarem na empolgação na hora de gritar hêêêêê, mitooo, mitooo.

Wellington Fagundes e Mauro Mendes.

Wellington é mais dependente do bolsonarismo e sabe que sua velha linha governista, o cara que faz o jogo de quem está no poder em busca de dinheiro para seu estado, não tem lugar a mesa. Sua segurança está em Jair Bolsonaro, que não irá fazer “cavalo de batalha” com o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto que bancou Welington como candidato do partido por aqui.

Mauro tem menor dependência de bênçãos dos coroados da direita. Tem seu trabalho de dois mandatos como governador e bom relacionamento com os políticos locais.

Para Mendes a luta é outra, não é para ser aceito, é para não ser rejeitado.

O perigo de cancelamento veio após o pedido que Mauro fez ao STF, para expropriar terras de quem cometesse desmatamento e queimadas ilegais.

Pagou o preço. Subiu em trio elétrico defendendo anistia, falou mal do STF, de Alexandre de Moraes em especial, como manda a cartilha bolsonarista e sem entusiasmo, balançou a cabeça positivamente para pautas que não escolheria pra si.

O antes defensor ferrenho de sua liberdade de ação e pensamento, olhou para prateleira de opções oferecidas ideologicamente pela direita radical, e escolheu o endurecimento das leis.

É o que Mauro usa para se aproximar e ao mesmo tempo se manter longe de outras posições radicais.

Engole em seco o comportamento do prefeito em sua falta de aptidão para cargo e as ” caneladdas” que tem recebido, em troca do apoio para senado de quem é o maior ativista radical do estado.

Não usou seu tom habitual quando se sente ofendido, e quase desconversou ao ter seu diploma de engenheiro eletricista classificado de “bosta” pelo prefeito de Cuiabá, mas não aceitou ser chamado de rato, pelo filho do presidente Bolsonaro que exigiu dos governadores “faca nos dentes” em defesa da anistia do pai.

“Falando pela boca o que devia sair por outro lugar”, respondeu a fala de Carlos Bolsonaro.

Há quem diga que no momento da resposta existiam dois nomes na mente do governador.

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