Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) discursaram nesta sexta-feira (1º), em sessão de abertura de trabalhos do segundo semestre, em defesa da soberania nacional, da Corte, em solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, e com fortes críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados.
A sessão foi marcada por longas falas em defesa da democracia, da legalidade do processo da trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a promessa de Moraes de que todos os réus dessa ação serão julgados ainda neste ano.
O pronunciamento dos ministros ocorre após as sanções dos Estados Unidos contra Moraes, ao aplicar a Lei Magnitsky. O governo americano citou os processos contra Bolsonaro e afirmou que o magistrado autorizou detenções preventivas arbitrárias e suprimiu liberdade de expressão.
Todos os ministros participaram da sessão. Dias Toffoli e Nunes Marques acompanharam por videoconferência. A sessão também ocorreu um dia após um jantar oferecido pelo presidente Lula (PT) no Palácio da Alvorada. Estiveram presentes, Luís Roberto Barroso (presidente), Edson Fachin (vice), Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Gilmar Mendes.
Moraes também reforçou que o STF não vai se render às ameaças externas. “Acham que estão lidando com pessoas da ‘laia’ deles. Acham que estão lidando também com milicianos. Mas não estão. Estão lidando com ministros da Suprema Corte”, disse.
Próximo ao fim de sua fala, Moraes afirmou que vai “ignorar as sanções que lhe foram aplicadas”, e seguir seu trabalho. “Este relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo, tanto no Plenário quanto na Primeira Turma”, afirmou.