O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (25), o projeto de lei que amplia o número de deputados federais de 513 para 531 cadeiras a partir das eleições de 2026, com validade para a legislatura de 2027. O texto, no entanto, sofreu alteração importante: uma emenda de Alessandro Vieira (MDB-SE) foi incorporada ao relatório de Marcelo Castro (MDB-PI), proibindo qualquer aumento de despesas decorrente da ampliação do número de parlamentares. Com 41 votos a favor e 33 contrários, a aprovação foi apertada. Agora, a proposta volta à Câmara dos Deputados, onde precisa ser deliberada até o dia 30 de junho, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso os deputados não votem até essa data, a responsabilidade sobre a decisão final cairá nas mãos da Corte.
A emenda aprovada no Senado veta o uso de recursos públicos para custear as novas cadeiras, incluindo remanejamento, suplementação, transposição ou transferência orçamentária. Com isso, a Câmara será obrigada a realocar despesas internas para acomodar os novos parlamentares, caso queira manter o acréscimo sem romper com o teto de gastos públicos. O texto original previa um impacto de R$ 64,6 milhões por ano com o aumento de 18 deputados. Na versão aprovada pelo Senado, esse custo não poderá ser repassado ao orçamento geral, o que impõe uma gestão mais austera do Legislativo.
Distribuição das novas cadeiras
O aumento foi motivado pela atualização demográfica do Censo 2022, que mostrou a necessidade de adequação da representação populacional na Câmara. Com isso, os seguintes nove estados devem ser contemplados com novas vagas:
- Santa Catarina – 4 vagas
- Pará – 4 vagas
- Amazonas – 2 vagas
- Mato Grosso – 2 vagas
- Rio Grande do Norte – 2 vagas
- Ceará – 1 vaga
- Minas Gerais – 1 vaga
- Paraná – 1 vaga
- Goiás – 1 vaga
Apesar da previsão de aumento, o relatório da Câmara, apresentado anteriormente pelo deputado Damião Feliciano (União-PB), garantiu que nenhum estado perca cadeiras — mesmo aqueles que tiveram redução populacional segundo o IBGE, como Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Paraíba.