O vereador eleito no dia 6 de outubro, Rafael Ranalli (PL) afirmou que uma facção criminosa ajudou a eleger pelo menos quatro vereadores na Capital e teria investido R$ 3 milhões em cada campanha.

Segundo Ranalli, que é policial federal,  os moradores de bairros foram coagidos a votar nos candidatos apoiados pela facção criminosa.

“Os caras estão investindo fortemente. Temos, no mínimo, quatro eleitos com o apoio do Comando Vermelho, que chegou a botar R$ 3 milhões em cada candidato. É um absurdo, porque vamos perder espaço para o crime organizado. Se eles fecharem com os bairros, terá uma lista de vereadores e os bairros só votarão neles. Coisa medonha”, disse.

Indagado sobre os nomes dos vereadores que teriam sido eleitos com  o apoio do crime, ele preferiu não expor.

“Eu sofri represálias e a influência deles é muito determinante. Tem candidato que fez três mil e poucos votos sob influência do Comando. Eles não deixam outro candidato entrar no bairro, obrigam a comunidade a votar. Os eleitores só comentam, não querem gravar e dar depoimento à polícia. Vamos ter que achar outras formas de provar”, declarou.

Rafael  considerou que o crime organizado visa aumentar a influência sobre os Poderes. E que o restante dos vereadores eleitos estão “preocupados” com a autoridade dos faccionados sobre a Câmara Municipal.

Para Ranalli, os parlamentares devem se unir para conseguir provas contra os eleitos com o apoio da facção.

“Estando na política, eles vão permeando as secretarias, então a secretaria não fará nada nos bairros que não apoiarem o Comando. Com influência da política, eles também podem chegar à Justiça, porque às vezes o meio político indicam cargos no Poder Judiciário”, afirmou.

“Eles estão preocupados e isso me surpreendeu. Isso me deixa muito chateado. Fico preocupado porque a gente não pode só falar, temos que provar e espero que consigamos material probatório e com o tempo vai aparecer. Temos que ir para cima, senão daqui uns dias passa de Casa dos Horrores para a Casa do Comando”, completou.