OPERAÇÃO SUSERANO

Provas podem ter sido apagadas por ex-servidora

SECOM-MT

A Polícia Civil suspeita que , Rita de Cássia Pereira do Nascimento, ex-servidora da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar tenha excluído dos computadores do órgão informações sobre os termos de fomento supostamente fraudados que podem ter resultado em um prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso.

Na decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá, que embasou a Operação Suserano, deflagrada na terça-feira (24) pela Deccor (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado).

“As investigações preliminares realizadas no bojo do AIP n.º 26/2024 demonstraram haver indícios de que ela tenha sido responsável pela exclusão de arquivos relacionados ao objeto da presente representação, dos computadores da Seaf”, escreveu o magistrado.

A operação investigou termos de fomento assinados entre a Secretaria e o Instituto de Natureza e Turismo Pronatur. Os termos previam a aquisição de kits agrícolas por meio de emendas parlamentares.

“Os indícios da prática delituosa, robustamente demonstrados, não condizem com a função pública, mostrando-se perigosa a permanência nos cargos às investigações, bem como à Administração Pública”, consta na decisão.

De acordo com as investigações, Rita de Cássia ocupava cargo comissionado na Seaf, sendo apontada como pessoa de extrema confiança do ex-secretário Luluca Ribeiro, que foi exonerado em julho, quando as suspeitas vieram à tona.

“Rita de Cássia ocupava lugar no gabinete do Secretário de Estado, assessorando a então chefe de gabinete, Aline Emanuelle, sendo pessoa de confiança da cúpula da direção do órgão e com notório conhecimento de sistemas de informática, conforme indicado nas declarações”, diz a Polícia.

Conforme um relatório técnico da Coordenadoria da Tecnologia da Informação da Seaf, Rita de Cássia era a única servidora que possuía acesso, concomitantemente, às três pastas da rede compartilhada que tiveram exclusão suspeita de arquivos e é a única servidora de confiança de Luluca que permanece exercendo as suas atividades, ou seja, não exonerada. Rita de Cássia foi exonerada na quarta-feira (25), um dia após a deflagração da operação.

Ela era a única pessoa de confiança do então secretário e de sua então chefe de gabinete (ambos exonerados) que permanecia nos quadros da Seaf e, ainda, recentemente foi nomeada fiscal de contratos.

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