Não esquecendo que a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá é uma instituição filantrópica particular, com passado financeiro recente ainda não totalmente esclarecido e hoje gerida pelo governo do estado, foi feito anúncio, novamente, hoje pelo governador Mauro Mendes, que o estado encerrará as atividades no local, transferindo os serviços para o Hospital Estadual, assim que este entrar em funcionamento.
Os equipamentos, que pertencem ao estado, poderão ser doados ao município.
A fila dos que querem a continuidade do atendimento está grande: população, vereadores, deputados, prefeitura; o problema é que ninguém quer bancar o funcionamento da unidade de saúde.
Para custear os serviços futuros, a Câmara não abre mão de parte do seu duodécimo, os vereadores não garantem a destinação continua de suas emendas e a Assembleia Legislativa também age da mesma forma. A prefeitura faz o velho rodízio de reinaugurar equipamentos de saúde colocando outro em reforma, sem prazo e sem pressa, pois não tem dinheiro para manter todos em funcionamento simultâneo, e o “problema” foi servido ao governador Mauro Mendes, que gentilmente recusou.
Não haverá déficit de vagas, pelo contrário, a capacidade de atendimento do novo hospital é maior que a de hoje instalada no local.
País a fora, as Santas Casas, com raríssimas exceções, apresentam déficit financeiro mensal, com pires na mão e campanhas fornecidas gratuitamente nos veículos de comunicação e internet; pedem dinheiro para a população para se manterem abertas.
Por aqui, uma ajuda espontânea no início do governo Pedro Taques em socorro as instituições filantrópicas, virou regra, já que faziam a obrigação do estado.
Com muitas dívidas quitadas e com o aluguel pago pelo estado desde 2019, poderia retornar ao funcionamento nos moldes anteriores ao mal feito que levou a falência; o problema é a credibilidade da instituição, que também saiu de madrugada, pelos fundos, juntamente com equipamentos grandes e caros que nunca foram encontrados ou ressarcidos, ou se escondeu nos bolsos de parentes da antiga diretoria, que recebiam salários incompatíveis com os balancetes financeiros.
De qualquer modo, é tanta gente querendo fazer bonito com chapéu alheio, que nem sendo um chapéu mexicano sobraria aba para todos.