O governo federal foi massacrado e teve que retroceder na decisão de que todas as instituições financeiras do país informassem a Receita Federal as movimentações de CPF’s e CNPJ’s acima de 5 mil e 15 mil reais respectivamente.
Uma onda de fake News, meias verdades e argumentos nunca utilizados antes da introdução do PIX na economia brasileira, quando a régua era mais baixa. A regra sobre movimentações financeiras, excluía do sigilo fiscal qualquer transação acima de 2 mil reais para pessoas físicas e 6 mil reais no caso de empresas, e essas deveriam ser informadas ao Fisco.
Mas o que teria acontecido para essa reação popular, já que sob o ângulo técnico, a medida somente incluía instituições financeiras que não existiam antes do PIX, a uma obrigação corriqueira nunca contestada?
Competência da oposição? Os argumentos de que os “mais pobres” seriam taxados? A relação entre 5 mil reais e os cartões corporativos da presidência? Falta de comunicação do governo federal?
Pode não ter sido nada disso.
A saída honrosa que buscou o governo, classificando o pagamento em PIX como pagamento em dinheiro, deveria ter sido observada antes da decisão de editar o decreto.
Após a implantação do PIX o trânsito de “malas pretas” quase acabou. Ninguém mais achou dinheiro na cueca de ninguém, ninguém mais correu da polícia para jogar cheques em lixeiras e quantias de dinheiro em espécie aprendidas nas operações policiais não são mais tão vultuosas.
Desde o “quinto dos infernos” (expressão utilizada para maldizer a quinta parte dos lucros que ficava com a coroa brasileira e era enviada a Portugal) os brasileiros tentam driblar impostos, ainda mais agora que passou de um quinto para um terço.
Cassinos virtuais, “retorno” de emendas parlamentares, propinas, desvios e claro; não que os grandes empresários não façam, mas como a grande maioria das empresas brasileiras são pequenas e médias, também a sonegação de impostos de pequenos empresários, são feitos via PIX.
Porque pessoas que não ganham 5 mil reais rejeitaram uma norma que não os atingia?
Por que a luta diária da pobreza brasileira é para chegar a classe média. Uma vez lá, também não vão querer pagar.
“Fiz uma promessa e Deus vai ajudar, só vou pagar mais hoje, amanhã vou parar”, é sonho e desejo de quem mais uma vez foi utilizado para objetivos de outros, mas dessa vez com absoluto consentimento.