Após uma campanha eleitoral onde escondeu a cor do seu partido, evitou radicalismo e embates ideológicos, o deputado petista Lúdio Cabral, em discurso na Assembleia, atacou a direita provocando e citando nominalmente deputados.
O “gancho” foi a decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro de abandonar seu mandado e o país, para viver, de agora em diante, nos Estados Unidos.
Sem replicar o “barraco” acontecido no plenário da AL/MT, a pergunta que se faz é o que teria acontecido com Lúdio, que sempre foi cordial e respeitoso com os demais deputados, inclusive os “bolsoafetivos”.
Não é com o Lúdio que mudou algo, é com a esquerda toda.
A esquerda brasileira perdeu as “ruas” e as redes sociais para a direita desde a campanha de 2018. O momento não está fácil. Inflação de alimentos em alta, apoio e credibilidade em situação tão grave, que tem que recuar até quando está correta, como o caso do PIX.
Mas, enquanto Lula “em nome dos pobres” fazia mais uma tentativa de conter a popularidade em queda livre, bolou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais, a direita, depois de dois anos, resolveu lutar pelos presos de 8/1, como se seu líder não fosse o maior interessado.
Contrariando as pesquisas que apontam que mais de 60% da população do país é contra a anistia aos envolvidos nos atos de 8/1, resolveram fazer um enorme ato, em Copacabana, em uma manhã de domingo. Tudo foi anunciado com muita antecedência e às vésperas de o STF aceitar ou não as denúncias de tentativa de golpe contra Jair Bolsonaro e CIA.
Flopou. O número de participantes decepcionou.
Quem cochichava “Sem anistia”, começou a berrar.
Para piorar, em uma decisão pessoal, o deputado federal e filho de Jair Bolsonaro, que assistiu de Miami a invasão ao congresso, STF e Planalto, anuncia que está, por “receio” de ter seu passaporte apreendido, abandonando o país para viver nos EUA.
A “petezada”, juntando os fatos e amarrando bem com as lágrimas de pai e filho, juntamente com uma tentativa de choro do filho mais novo, vereador Renan Bolsonaro, em discurso na Câmara de Balneário Camboriú, partiu para o ataque.
É certo que o PT não recupera a força de outrora, mas sai das cordas, para de apanhar e devolve uns tapas, figurativamente.
Ao mesmo tempo, devolve para a direita o voto favorável que teve que dar no aumento para 600 reais no Auxilio Brasil em plena campanha eleitoral à reeleição de Bolsonaro.
Não vai ter como a direita votar contra a isenção do IR até 5 mil.
Para quem assistiu o Sexto Sentido, é hora da frase sussurrada, “Vejo gente com a veia do pescoço dilatada por toda parte, o tempo todo”.