O governo federal está considerando a possibilidade de reintroduzir o horário de verão, em meio à crise hídrica que afeta os reservatórios das usinas hidrelétricas no país. A medida, que costumava entrar em vigor no segundo domingo de outubro, ainda está em fase de avaliação e, se aprovada, deve demorar um pouco mais para ser implementada. Segundo o Ministério de Minas e Energia, são necessários pelo menos 45 dias para a preparação, devido ao impacto da mudança de horário em diversos setores da economia, como a indústria e o setor aéreo. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é um defensor da medida e a considera muito positiva. No entanto, há divergências dentro do governo sobre os reais benefícios do horário de verão. O Operador Nacional do Sistema (ONS) foi convocado para dar sua opinião, e a questão deve ser discutida em uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico no Ministério de Minas e Energia. Após a análise dos prós e contras, a decisão será encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dará a palavra final.
A expectativa é que um posicionamento seja tomado ainda esta semana, antes da viagem do presidente para uma reunião da ONU. O ONS tem argumentado que a economia de energia proporcionada pelo horário de verão não compensaria os transtornos causados, como a alteração no relógio biológico das pessoas e a necessidade de ajustar os relógios. A redução no consumo de energia ocorreria apenas no horário de pico, enquanto o uso de ar-condicionado e ventiladores permanece constante ao longo do dia. Por outro lado, setores como turismo, bares e restaurantes veem a medida como uma oportunidade para aumentar seus rendimentos, já que as pessoas tendem a prolongar suas atividades antes de voltar para casa. Desde 2019, o Brasil não adota o horário de verão, devido a questionamentos sobre seus benefícios para a sociedade.