PREJUÍZOS

“Exportações de Carne Aos EUA Estão Totalmente Paralisadas”, diz Presidente da ABIEC

A imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de carne bovina aos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, paralisou o fluxo comercial entre os dois países e acendeu um alerta máximo entre frigoríficos e produtores no Brasil. Em entrevista ao site Forbes Brasil, Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), classificou a medida como “inviabilizadora” e detalhou os impactos econômicos imediatos para a indústria, as ações em curso junto ao governo e os riscos de prejuízo com contratos já firmados.

“A partir do anúncio, todas as indústrias suspenderam a produção de cargas com destino aos Estados Unidos. É um impacto direto, real, com risco de perda de até US$ 160 milhões em contratos já assinados”, afirmou Perosa. Segundo ele, cerca de 30 mil toneladas de carne já foram abatidas, processadas e estão nos portos ou em trânsito, sem garantia de entrada no mercado americano a partir de 1º de agosto, quando a tarifa passa a valer.

A maior preocupação, segundo o presidente da ABIEC, está nos contratos já firmados. A interpretação corrente nos Estados Unidos é de que a tarifa se aplica a partir do momento em que a carne chega ao país, e não na data do embarque ou assinatura do contrato. Isso torna incertas as condições de entrega dessas toneladas já negociadas, mesmo com documentação anterior à medida.

“Esses lotes já foram produzidos com exigências específicas e alto custo, voltados ao padrão norte-americano. Estimamos uma média de US$ 5.500 por tonelada, e agora precisaríamos redirecionar a um mercado que paga cerca de US$ 3.500. Isso gera uma perda direta e sem espaço para compensação”, diz ele.

A ABIEC está atuando junto ao Itamaraty, ao Ministério da Agricultura e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, para pressionar por uma solução diplomática imediata. A principal pauta é a prorrogação da entrada em vigor da tarifa, para garantir o cumprimento dos contratos já firmados.

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