O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), admitiu que vai deixar dívidas para o próximo gestor, seu adversário político, Abilio Brunini (PL). No entanto, minimizou a situação, argumentando que todas são “pagáveis” e que se trata de uma situação comum dentro da administração pública, conforme o princípio da continuidade. Abilio estima que somente na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) o rombo seja de R$ 1 bilhão.
Emanuel e Abilio participaram de uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) , nessa segunda-feira (16), para tratar do caos na saúde da Capital. O emedebista foi questionado pela imprensa e confirmou que deixará dívidas para a próxima gestão, mas afirma que é dentro da normalidade.
“Como eu recebi uma dívida da gestão anterior a minha, vou passar com dívida também. Agora, todas totalmente pagáveis a curto, médio e longo prazo, contabilizados, sem nenhum problema. Isso todo mundo faz”, disparou o prefeito, que vai encerrar o segundo mandato.
Emanuel reiterou que durante a sua gestão faltou recursos para suprir as demandas da saúde, mas ponderou a necessidade da União, Estado e Município cumprir suas funções com o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Saúde é cara, saúde privada é cara e saúde pública é extramente cara. Você precisa de uma participação tripartite como manda a constituição, para que União, Estado e Municípios, cada um faça a sua parte e que Cuiabá, a Capital e cidade referência, possa receber o recurso e atender o estado inteiro. Claro que faltou recurso [ao longo dos anos]”, emendou.
Atualmente, diversas empresas terceirizadas tem reclamado da falta pagamentos. Neste caso, Emanuel alega que dentro do contrato existe uma “carência” de 60 a 90 dias para quitar eventuais pendências, diante da necessidade de averiguação se os serviços foram executados:”É normal, chega final de ano, mudança de governo, muita fake news, muita maldade, as próprias empresas ficam assustadas e começam a gerar um certo clima de instabilidade, mas nada parou”.