UM REINADO “TIÃO” DISTANTE

Em VG, traídos e traidores em pé de guerra

 

 

O ex-presidente, Jair Bolsonaro, se elegeu falando em fim da velha política, fim do modo “toma lá, dá cá” com o Congresso e expondo pejorativamente o significado de “articulação” entre executivo e legislativo.

Isso levou dois anos em um cabo de guerra, onde o Congresso saiu vencedor, como sempre, e Bolsonaro cedeu avanço das emendas parlamentares no orçamento federal e um preço individual para cada benção parlamentar para atender os pedidos do governo.

Em Várzea Grande, com o mesmo discurso do fim da velha política, com palavras duras contra o ex-prefeito Kalil, que era chamado de gerente dos Campos, esses sim, os verdadeiros responsáveis por todo o atraso do município e pela falta de água nas torneiras, segundo o que pregava Flávia, durante a campanha eleitoral.

Em tempo recorde, menos de 90 dias de mandato e o cenário político na cidade é inverso.

A prefeita brigou, em ponto de agressão física, com seu vice, Tião da Zaelli, que bancou, em todos os sentidos, a campanha vitoriosa de Moretti. Não fosse isso, nem candidata seria.

As vias de fato teriam se dado após uma exigência de cumprimento dos acordos preestabelecidos entre Flávia e Tião, com ameaça de revelação ao TRE de fatos que levariam os dois a cassação. Claro que isso não foi confirmado.

Áudio vazado do esposo da prefeita, chamando os vereadores de “borra-botas”, entre outros xingamentos menos pronunciáveis, revelou o nível do desgaste no relacionamento da prefeita e a Câmara, que começou com descumprimento de acordo com Vanderlei Cerqueira para presidência do legislativo.

Quem estava atentando apaziguar era justamente o vice prefeito, que teve o tapete de presidente do PL no município quase arrancado por Flávia, que queria pôr seu marido no lugar de Tião, que ficou sem função definida após a lei que obriga terceiro grau para secretários.

Com trejeitos de piada pronta, Flávia Moretti defende, a partir de agora, uma aproximação com os Campos.

“O Júlio é deputado, tem recursos, assim como Jayme Campos tem recursos no Senado. Eu tenho que fazer o meu papel. Hoje não posso ver partido A, B ou C, tenho que ver onde tem mais recursos”, disse a prefeita.

Se aproximação com o “terrível inimigo de Várzea Grande” é por dinheiro, as brigas com Tião e com a Câmara, ao que consta, também são.

Lembrando que o vice de Flávia é o mesmo que o do ex-prefeito Murilo Domingos (falecido), quando foi cassado pelos vereadores.

O hoje presidente da Casa, Vanderlei Cerqueira, era vereador, do mesmo partido de Murilo Domingos (PR), à época, e votou pela cassação.

Aos novatos da política em Várzea Grande, as primeiras lições, aquelas do B com A, Bá, as vezes são assim: Cerqueira, cerca, cercado, cercada, cercando.

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