Não é preciso muito esforço para notar que na briga entre o governador e a deputada existem dois candidatos ao senado usando seus cargos para minar o adversário mais direto.
Mauro Mendes, buscou desidratar economicamente a deputada, retirando a possibilidade de troca de apoio com prefeitos em virtude de emendas recebidas.
Janaina Riva, já havia adotado a postura de fazer críticas as atitudes do governador em suas redes sociais, com preferência por assuntos que colocavam Mauro como opositor ao agro.
A sinceridade em assumir um boicote no pagamento de emendas, mesmo que sendo o motivo claro com o a luz do dia, pode não ter sido a melhor estratégia.
Pior foi a de ir para o embate, entrando em campo pessoal.
Em política, a hierarquia determina quem vai dar a resposta a quem. Mauro não observou isso e travou bate-boca com uma deputada. Janaina cresceu, foi a deputada mais citada nos últimos dias por toda a mídia e em redes sociais. O governador falou mais sobre ela que sobre si, pelo menos do que ficou retido na memória de quem assistiu e leu noticiários locais.
Como era de se prever, em resposta Janaína buscou a vitimização, denunciando violência política contra uma mulher, a única deputada do estado. Nesta linha pode passar mais uma semana enumerando as dificuldades de acesso e em manter mandatos consecutivos, além de expor o machismo estrutural da política, colocando Mauro como feitor.
Também é previsível que Mauro recue de alimentar a discussão, respondendo aos repórteres, nesta semana, que o que devia dizer já foi dito e sua preocupação é em “governar e levar melhorias aos mato-grossenses”, etc. e tal.
Para a população, os dois continuam sendo quem sempre foram, não há novidade em nada que os dois disseram um sobre o outro, a novidade é terem dito o que disseram tão abertamente como se fosse gravação ou “corte” para o horário eleitoral.
Não há briga entre governador e deputada, a briga é entre dois candidatos ao senado.