Depois de oscilar entre leves perdas e ganhos desde a abertura, o dólar adentra o início da tarde desta sexta-feira (3), perto da estabilidade na comparação com o real. No pano de fundo, seguem as preocupações dos investidores com a dificuldade de redução da dívida pública brasileira e com os riscos externos – como a possibilidade de desaceleração do crescimento da China -, mas o volume reduzido de negócios e o avanço significativo da moeda no final de 2024 mantém o dólar oscilando no mesmo intervalo das últimas duas semanas.
“O que a gente vê agora é acomodação por conta de falta de negócios”, afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. Segundo ele, a grande demanda por dólares para pagamentos de dividendos e acertos entre filiais e matrizes de multinacionais ocorreu no último trimestre do ano passado, e isso tira um pouco da pressão para o avanço da moeda americana no momento.
A economista-chefe da gestora Lifetime, Marcela Kawauti, destaca que o pano de fundo macroeconômico para o dólar segue sem alterações desde o final do ano passado, com dúvidas dos investidores tanto em relação a questões domésticas – trajetória da dívida pública, principalmente – quanto em relação ao exterior, que também vem exercendo pressão para a valorização da moeda americana.
“O dólar está carregando incerteza do final do ano passado, principalmente em relação à política fiscal, com aprovação do pacote de contenção de gastos, mas com economia muito menor”, afirmou Kawauti. “Lá fora ambiente externo está bastante desfavorável, acaba puxando o dólar para cima também. Tem a expectativa da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode ajudar a moeda americana”, avaliou.