ENTENDA AQUI O MOTIVO

Comunidade internacional presta solidariedade a Bolívia após tentativa de golpe

Líderes de vários países condenaram a ação e reforçaram a importância da democracia
Foto de um tanque militar em frente à sede do Governo da Bolívia, este miércoles em La Paz

Bolívia viveu nesta quarta-feira (26) uma tentativa de golpe militar que foi impedida pelo governo boliviano. Em solidariedade ao presidente Luis Arce e aos bolivianos, a comunidade internacional prestou apoio ao país e condenou o ataque. A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, disse que os governos, “queiram ou não”, só podem ser mudados pelo voto popular. “Os governos, sejam bons ou ruins, gostemos deles ou não, só podem ser mudados nas urnas. Eles não são mudados por golpes de Estado violentos. A democracia não é negociável”, escreveu Mondino na rede social X (ex-Twitter), na qual não fez nenhuma menção explícita à situação na Bolívia. O governo da Nicarágua condenou a tentativa de golpe de Estado na Bolívia e manifestou apoio ao presidente do país sul-americano, Luis Arce. “Queremos, em nome do nosso povo e do nosso governo, fazer uma declaração, deixando claro que denunciamos perante o mundo a nova tentativa de golpe que está ocorrendo na irmã Bolívia”, declarou a vice-presidente da Nicarágua, Rosario Murillo, em redes sociais.

Murillo, também esposa do presidente nicaraguense, Daniel Ortega, enfatizou que a tentativa de golpe “que está ocorrendo na irmã Bolívia” são “eventos que nos abalam, nos comovem e nos indignam a todos”. Ela considerou que essa tentativa de golpe busca “intimidar os esforços do povo, desse país irmão, para transcender e avançar em seus próprios caminhos, de acordo com seus próprios modelos democráticos e aspirações de viver criando seu próprio destino sem interferência ou intervenção de qualquer tipo”, disse. “Força, irmãos bolivianos! Essa nova tentativa de golpe não passará”, expressou Murillo. Os Estados Unidos disseram estar  “monitorando de perto” a situação na Bolívia e pediram “calma e contenção”.  O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rechaçou o “golpe militar na Bolívia” e convidou “todo o povo boliviano à resistência democrática”. “A América Latina deve se unir em favor da democracia. A embaixada da Colômbia deve conceder refúgio aos perseguidos. Não haverá relação diplomática entre a Colômbia e a ditadura”, afirmou Petro em mensagem em sua conta na rede social X (ex-Twitter).

Petro destacou que “um golpe antidemocrático é confrontado com a mobilização generalizada do povo”, logo após o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia ter repudiado os acontecimentos. “O Governo da República da Colômbia repudia veementemente as ações de algumas unidades do Exército do Estado Plurinacional da Bolívia nas proximidades do Palácio do Governo na cidade de La Paz, que ameaçam a ruptura da ordem constitucional nesse país e ameaçam diretamente a democracia e a estabilidade na região”, declarou a Chancelaria colombiana em comunicado, no qual não fala em “golpe de Estado”. A Colômbia enviou sua “solidariedade” ao povo da Bolívia e a Arce e exigiu “que os canais institucionais de diálogo e respeito aos direitos humanos sejam restabelecidos”. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conversou com o presidente da Bolívia, Luis Arce, a quem ratificou todo o seu apoio diante da tentativa de golpe de Estado que, segundo denunciou, está sendo realizado em La Paz por um grupo de militares.

O presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, fala à assistência durante uma cerimônia de assinatura de um memorando de entendimento com o presidente do Paraguai em La Paz, em 13 de junho de 2024.

O presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora │AIZAR RALDES / AFP

“Recebi um telefonema do presidente Lucho Arce da Bolívia e (também) falei com o líder, o ex-presidente Evo Morales. Nós, da Venezuela, estamos denunciando um golpe de Estado contra a democracia boliviana”, afirmou Maduro durante evento com empresários no estado de Lara, no oeste do país. Ele pediu aos bolivianos para “defender sua democracia, sua Constituição e seu presidente”, e previu que o povo desse país “saberá como agir e terá o apoio de toda a América Latina, do Caribe e do mundo inteiro ao seu lado”. O governo de Maduro também convocou a comunidade internacional, especialmente a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), “a se mobilizar em favor da democracia boliviana e repudiar essa nova tentativa de impor um regime fascista e golpista contra as forças populares do país irmão”. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, lamentou em sua conta na rede social X (ex-Twitter) o “ultraje contra a democracia e o povo boliviano” e estendeu “toda a solidariedade do governo e do povo cubano” ao presidente do país, Luis Arce.

O governo da Espanha condenou qualquer tentativa de romper a ordem constitucional na Bolívia. “O governo da Espanha condena os movimentos militares na Bolívia e qualquer tentativa de romper a ordem constitucional e a democracia nesse país irmão”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado. A Espanha expressou total apoio e solidariedade ao governo da Bolívia e ao povo boliviano e pediu respeito à democracia e ao Estado de direito, acrescentou a nota. A União Europeia seguiu na mesma linha e expressou sua solidariedade ao governo democraticamente eleito e ao povo do país, segundo escreveu na rede social X (ex-Twitter) o alto representante para Assuntos Externos e Política de Segurança do bloco, Josep Borrell.

A presidente temporária da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e mandatário de Honduras, Xiomara Castro, convocou nesta uma reunião “emergencial” dos líderes dos países do órgão regional diante do iminente “golpe de Estado” na Bolívia. “Faço um apelo urgente aos presidentes dos países-membros da Celac para que condenem o fascismo que hoje ameaça a democracia na Bolívia e exijam o pleno respeito ao poder civil e à Constituição”, disse Castro na rede social X. Ela acrescentou que “as forças militares realizaram mais uma vez um golpe de Estado criminoso”. “Expressamos nosso apoio incondicional ao povo irmão da Bolívia, ao presidente Luis Alberto Arce e (ao ex-presidente) Evo Morales”, enfatizou.

FONTE: Jovem Pan.

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