ENTENDA

Câmara aprova projeto que altera divisão de bens em caso de morte

Texto, que segue agora para o Senado, autoriza continuidade do divórcio e dissolução da união estável, mesmo após a morte de uma das partes, e deve impactar principalmente direitos sucessórios
woman returned wedding ring to husband . Divorce concept

Atualmente, no caso de falecimento de um dos cônjuges, o processo de divórcio pode ser interrompido em algumas situações. Porém, o PL (projeto de lei) 198/24, aprovado na Câmara dos Deputados em 7 de outubro, propõe mudar isto, autorizando que herdeiros do falecido mantenham o pedido.

O texto, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD), propõe alterar o Código Civil para permitir que oprocesso de divórcio, assim como a dissolução da união estável, continue mesmo após a morte de uma das partes.

O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados na última semana e agora segue para o Senado Federal. Segundo o texto do PL, o objetivo é atender ao desejo do cônjuge falecido, já expresso ao entrar com o pedido de divórcio, evitando que a “parte sobrevivente tenha direitos sucessórios e benefícios previdenciários”.

A advogada Tatiana Naumann, especialista em Direito de Família e Sucessões, explica que, atualmente, há um entendimento jurisprudencial de que o falecido deve ter “manifestado expressamente o desejo de se divorciar ao longo do processo”.

Se o cônjuge falecido tenha manifestado esse desejo, mesmo a após a morte, o divórcio deve acontecer. Porém, caso se torne lei, a nova medida deve facilitar este processo, pois garante que, independente da expressa manifestação ou não, ele aconteça, explica a advogada.

A mudança deve impactar, principalmente, o direito sucessório, ou seja, a transferência do patrimônio do falecido, definição dos herdeiros e divisão de bens.

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