A Caixa Econômica Federal está enfrentando uma grave escassez de recursos para o financiamento imobiliário, o que tem gerado atrasos significativos na assinatura de contratos, mesmo aqueles que já estão em estágios avançados. A situação se agrava com a implementação de novas regras a partir de 1º de novembro, que aumentarão os custos para financiamentos de imóveis de até R$ 1,5 milhão. Apesar da alta demanda por imóveis, a Caixa enfrenta desafios financeiros, exacerbados por saques na caderneta de poupança e pela taxa Selic elevada.
A diretoria do banco já expressou preocupação com a possibilidade de não ter recursos suficientes para atender à demanda de empréstimos no próximo ano.
Com as novas regras que entrarão em vigor em novembro, a cota máxima de financiamento será reduzida de 80% para 70% e de 70% para 50%, dependendo do sistema de amortização escolhido. Além disso, os clientes poderão ter apenas um financiamento ativo com a Caixa, o que limita suas opções.
A situação de falta de recursos também afeta o programa Minha Casa, Minha Vida, com muitos clientes aguardando a emissão de contratos. A carteira de crédito habitacional da Caixa já ultrapassou R$ 800 bilhões, e o banco detém 68% do mercado de financiamentos imobiliários. Em 2024, até setembro, a instituição concedeu R$ 175 bilhões em crédito habitacional, representando um aumento de 28,6% em comparação ao ano anterior. A Caixa está avaliando estratégias para lidar com a demanda crescente por financiamentos habitacionais.