A decisão do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), de proibir a distribuição de marmitas para moradores em situação de rua tem causado intensa repercussão. A medida, anunciada na última sexta-feira (17), prevê o encerramento do programa municipal de entrega de alimentos e também a proibição de doações realizadas por instituições e voluntários nas ruas.
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União Brasil), criticou a proposta nesta quarta-feira (22). Para Botelho, a medida não é adequada e vai contra princípios cristãos.
“Não vejo isso como positivo. Pelo menos essa é a minha opinião. Agora, ficar no centro distribuindo do jeito que está não dá. Tem que criar um lugar próprio para isso. Mas parar de dar comida, parar de alimentar, não vejo isso como uma atitude cristã”, afirmou.
O prefeito argumenta que a distribuição de marmitas nas ruas atua como um “facilitador” para que pessoas permaneçam em situação de rua. Segundo Brunini, a medida começará a valer em dois meses, com o fim do contrato com a empresa responsável pelo fornecimento das marmitas, assinado durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
A declaração foi feita durante uma vistoria em áreas ocupadas por pessoas em situação de rua, como o canteiro na rotatória do Alvorada, próximo à rodoviária de Cuiabá, onde barracas e moradias improvisadas de lona estão instaladas.