Os esclarecimentos sobre a discussão na Secretaria de Mobilidade Urbana, acontecida na tarde de sábado, geraram mais dúvidas, com muito mais de não dito que de revelado.
Vistoria em secretaria que a secretária foi exonerada é atípica; o mesmo procedimento não foi aplicado em outras secretarias onde houve troca de secretário.
O comparecimento de funcionário em férias, que teria tido uma conversa telefônica com o prefeito onde foi acertada a inspeção em um final de semana, é outro ponto que merece indagações.
Se de um lado a ex-secretária apareceu, sem convite, durante a vistoria acompanhada de dois policiais e sua advogada e de outro o prefeito com a cobertura de dois secretários, primeiro a de Comunicação que acompanhou e filmou o imbróglio e o comparecimento do secretário de Governo que deixou o prédio da SEMOB no início daquela noite, também afastam normalidade ao ocorrido.
Sobre a “sala de descanso” que virou “sala de maquiagem”, nada foi acrescentado após ser detectada. Os equipamentos que foram doados, segundo a vice-prefeita, enquanto ela era da Secretaria de Assistência Social, foram destinados a ela ou para o município? Em qual horário era dado acesso para as funcionárias ao recinto, já que a entrada do local ficava dentro da sala da secretária?
Deve se ressaltar que não houve nenhuma ilegalidade praticada e para termos gerais fica valendo a versão oficial partilhada entre prefeito e vice, que é o: “Tudo certo”, exposto em redes sociais de ambos.
Mas, fica estampado um nível de amadorismo em situações corriqueiras, dando margem para que a capacidade na gestão de pessoas próximas, com tanta troca de secretários na ampliação para a gestão dos servidores e até no comando do município, seja questionada.
Desentendimento entre vice e prefeito é bastante comum e Cuiabá já testemunhou brigas maiores, sem que os bastidores fossem expostos a ponto de restarem mais perguntas que respostas.
Se a capital estivesse experimentando um momento de realizações, o “balacobaco” seria encarado como briga interna pelo poder, no entanto, devido ao histórico de rusgas com o funcionalismo, o episódio pesa mais contra o prefeito que contra a ex-secretária.
E uma última pergunta: Do que é que o prefeito desconfiava, para vistoriar pessoalmente a SEMOB?