O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT) recomendou que o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), se retrate publicamente por declarações que teriam incentivado perseguição, retaliação e demissão de trabalhadores por motivos político-partidários. A orientação ocorre após o gestor afirmar, no dia 22, que empresários deveriam registrar manifestações de opositores e demitir funcionários que “agissem contra os valores” da empresa.
O órgão determinou que Abilio publique um vídeo de, no mínimo, um minuto em seu perfil pessoal, reconhecendo que tais falas violam a Constituição Federal, normas de direitos humanos e legislações antidiscriminatórias.
Após a notificação, Abilio divulgou um novo vídeo nesta segunda-feira (8) afirmando que suas declarações anteriores foram “mal interpretadas”. Ele negou ter incentivado perseguição e reforçou que trabalhadores não devem sofrer retaliação por suas opiniões.
“Você não deve perseguir ninguém por opinião política. Não deve guardar prints, não deve mandar embora ou provocar algum tipo de discussão”, declarou, acrescentando que divergências ideológicas não podem interferir no ambiente de trabalho.
No vídeo original, gravado após a ordem de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o prefeito havia adotado outro tom ao aconselhar apoiadores a registrar publicações de opositores: “Um dia você terá a oportunidade de revidar… Na hora que ela tropeçar, manda embora”.
Agora, o gestor afirma que estava tomado pela tensão política do momento e que suas falas foram expressas “no calor do debate”. Ele também citou decisões tomadas pela Prefeitura, como a situação das famílias no Contorno Leste, para sustentar que não age motivado por ideologia.
O caso continua sendo acompanhado pelo Ministério Público do Trabalho.

