OPERAÇÃO CLEÓPATRA

Juiz não autoriza aumentar prazo da defesa de sócios de influenciadora de investimentos

O juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou os pedidos das defesas de Ricardo Mancinelli Souto Ratola e Diego Rodrigues Flores. Os dois são sócios de Taiza Tosatt na empresa TR Investimento e Intermediação. A decisão foi de quinta-feira (19).

Os três são acusados de golpe de esquema de pirâmide financeira que teria causado prejuízo de quase R$ 5 milhões a dezenas de vítimas. De acordo com a Polícia Civil, Taiza utilizava as redes sociais para atrair suas vítimas, apresentando-se como uma jovem bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.

Ela convencia as pessoas a realizarem investimentos de alto valor, superiores a R$ 100 mil, em ações, por meio de promessas envolventes de retornos diários que variavam de 2% a 6%, dependendo do montante aplicado. Nos primeiros meses, as vítimas recebiam os rendimentos e depois eram ignoradas, mesmo quando pediam a devolução total do valor investido.

Os advogados de Diego e Ricardo, ex-marido de Taiza, alegaram cerceamento de defesa, solicitando acesso integral aos elementos produzidos durante a fase de investigação, como dados de interceptações telefônicas e informações bancárias, além de uma possível ampliação do prazo para apresentar suas defesas.

“A alegação de ausência de acesso às provas não se sustenta, uma vez que os elementos que serviram para embasar a acusação encontram-se devidamente acostados aos autos, os quais foram reunidos e angariados pela autoridade policial estadual lotada na DECON, pelo que não há falar em cerceamento de defesa, considerando que as provas obtidas durante a fase inquisitorial estão à disposição das partes”, considerou o juiz.

A Delegacia Especializada do Consumidor (DECON) prosseguiu com as investigações, coletando novos elementos, como depoimentos de vítimas, prints de conversas e contratos fraudulentos. De acordo com o juiz, todas as provas, incluindo as obtidas pela Polícia Federal, estão documentadas nos autos e acessíveis às partes, o que afastaria qualquer alegação de cerceamento.

“Em face do exposto, em consonância com o parecer ministerial, INDEFIRO os pedidos formulados pelas defesas de Ricardo Mancinelli Souto Ratola e Diego Rodrigues Flores, mantendo hígido o prazo para apresentação das respostas à acusação”, finalizou.

Taiza Tosatt segue presa preventivamente por ter continuado a atuar no esquema por meio de outra conta no Instagram, ao lado de seu atual marido, Wander Aguilera Almeida.

Compartilhe:

Destaques