PREJUÍZO MILIONÁRIO

Juiz cita desleixo e nega pedido de RJ de empresa que deu ‘calote’ e cancelou cerimônias de formaturas

O juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, indeferiu o pedido de recuperação judicial da empresa Imagem Eventos, acusada de dar um calote milionário em estudantes universitários de Cuiabá e Várzea Grande ao cancelar cerimônias de formatura que seriam realizadas neste mês. A Polícia Civil está investigando se o fato seria um crime de estelionato.

No documento de segunda-feira (3), o magistrado apontou ainda que não há motivos para que o pedido de recuperação judicial tramite em sigilo.

“Não bastasse o desleixo com o ordenamento jurídico e com o processo recuperacional, destaca-se (apesar de passível correção) o valor da causa indicado pela empresa em completo desacordo com a realidade, tendo atribuído à causa o valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a um passivo milionário”, escreveu o juiz.

Na manhã desta sexta-feira (31), diversos estudantes de universidades de Cuiabá e Várzea Grande foram surpreendidos com o cancelamento de suas cerimônias de formatura. As cerimônias englobam diversos cursos, entre Odontologia, Medicina e Medicina Veterinária.

A estimativa é de que o prejuízo seja acima de R$ 1,2 milhão, já que os contratos dos alunos variam entre R$15 mil a R$30 mil. Em uma notificação extrajudicial enviada às comissões de formatura, a Imagem Eventos alegou dificuldades financeiras agravadas pelos impactos da pandemia da Covid-19, aumento nas rescisões contratuais e inadimplência de formandos.

Cerca de 100 boletins de ocorrência foram registrados na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). Nesta semana, deverão ser ouvidos ex-funcionários e representantes das comissões de formatura.

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