Quando crianças, temos a incessante angústia que a curiosidade para compreender o universo ao nosso redor nos proporciona, e para isso questionamos acerca de tudo a todo instante.
Não existe para a criança as limitações éticas e/ou morais ou interesses econômicos quanto aos questionamentos formulados sobre o mundo, realizando simples questionamentos do porquê as nuvens se movimentam, até a complexidade de como é que se vem ao mundo.
Pois é, com o decorrer do crescimento, a alma curiosa vai deixando aos poucos o ser em desenvolvimento em virtude de inúmeros fatores, em especial as questões limitantes da ética, moral, econômicas e até mesmo das várias e várias frustações que o crescimento traz com as dores da negatividade das suas próprias vontades.
Porém, é necessário que a criança interior e sua inquietude por questionar todas as coisas jamais deixe de existir no ser humano já adulto, tendo em vista a necessidade do exercício da inquietação para que surjam os devidos questionamentos e, consequentemente, as transformações tão necessárias para o desenvolvimento pessoal e social.
Um ser humano que perde a capacidade de questionar seus atos e o mundo ao seu redor perde inevitavelmente a capacidade de ampliar sua imaginação e, com isso, deixa de viver plenamente e passa a viver passivamente.
Talvez seja o momento de voltarmos a aprender a imaginar e questionar, para quem sabe, deixarmos de viver de forma tão passiva quanto aos acontecimentos reais em nossa sociedade, que não são os mesmos das fabulas encantadoras das redes sociais.
Professor Rodrigo Palomares
Advogado, professor e comentarista na rádio Jovem Pan 90.9 FM, Cuiabá/MT.