ALEGOU SER DE FACÇÃO

Juiz aponta conduta reprovável e mantém prisão de diretor que matou jovem a tiros em bar

O juiz Guilherme Leite Roriz manteve a prisão do policial militar aposentado e diretor da Escola Militar Tiradentes, Elias Ribeiro da Silva, 54 anos, por ter matado o jovem de 26 anos, identificado como Claudemir Sá Ribeiro, a tiros na noite de domingo (23), em um bar de Colniza.

Testemunhas relataram que o acusado sentou-se à mesa onde Claudemir estava com alguns amigos. Depois, pegou uma arma de fogo e efetuou disparos contra a vítima dentro do estabelecimento. Ao chegar ao local, a Polícia Militar encontrou Claudemir caído na calçada, sem vida.

Equipes policiais localizaram e prenderam o suspeito em sua residência. Foram apreendidos uma arma de fogo e um carregador com 15 munições. Elias foi autuado em flagrante por homicídio, após interrogatório na Delegacia de Colniza.

Claudemir ficou conhecido em 2019 após construir a réplica de um Super-Tucano com o irmão. Elias foi afastado do cargo de diretor. O delegado da Polícia Civil, Ronaldo Binoti Filho, afirmou que Claudemir foi morto a tiros após o diretor da escola ter uma desconfiança de que o jovem seria membro de facção criminosa. Minutos antes, algumas mulheres em quem Elias estava “investindo” e pagando bebidas, sentaram-se à mesa da vítima.

Foi apontado ainda que Claudemir e os amigos não eram integrantes de facção criminosa. Durante audiência de custódia, o magistrado reprovou a atitude do policial.

“Ademais, mostra-se reprovável a conduta do custodiado do ponto de vista social e da civilidade, considerando que ceifou a vida de um jovem sem motivo aparente. A suposta participação da vítima em facção criminosa não autoriza o custodiado a agir por conta própria, cabendo às autoridades constituídas, por meio da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, não persistindo a necessidade de “justiça com as próprias mãos”, disse.

Compartilhe:

Destaques