O Judiciário de Mato Grosso determinou a desinternação de Lumar Costa da Silva, de 28 anos, acusado de matar brutalmente a própria tia, Maria Zélia da Silva Cosmos, em julho de 2019, no município de Sorriso. O crime chocou a cidade e ganhou repercussão nacional pela extrema crueldade. Na época, além de assassinar a vítima e arrancar seu coração enquanto ela ainda estava viva, Lumar também tentou sequestrar uma criança de sete anos, sendo impedido por vizinhos.

Lumar cumpria medida de segurança em regime de internação, determinada pela Justiça após ser considerado inimputável devido a transtornos mentais. No entanto, conforme decisão proferida no último dia 18 de junho, o juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto entendeu que a atual condição clínica do paciente permite que ele seja acompanhado fora do ambiente hospitalar, desde que siga tratamento ambulatorial intensivo.

O laudo psiquiátrico e o relatório multiprofissional indicaram que, apesar de Lumar apresentar transtorno mental crônico, sua situação clínica está estabilizada com o uso de medicação e acompanhamento multiprofissional. O parecer reforça que, embora não haja cessação da periculosidade, o risco pode ser gerido fora do ambiente de internação, desde que sob rigoroso acompanhamento médico e supervisão familiar.

A decisão determina que Lumar seja encaminhado para tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no município de Campinápolis (SP), onde reside seu pai, Gilmar Costa da Silva, indicado como responsável legal. Ele deverá apresentar relatórios trimestrais sobre sua evolução, além de cumprir uma série de restrições, como:

• Comparecimento mensal ao CAPS;

• Proibição de deixar a cidade sem autorização judicial;

• Proibição de frequentar locais inapropriados, como bares, bocas de fumo e casas de jogos;

• Proibição de consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de entorpecente.

A medida terá duração inicial de um ano, ao fim do qual será realizada nova perícia para avaliar a evolução do quadro e, eventualmente, rever as condições impostas.

O processo também será transferido para a Comarca de Campinápolis (SP), onde ocorrerá a fiscalização da medida. A decisão inclui, ainda, a emissão de alvará de desinternação.

O crime

O crime ocorreu em 2 de julho de 2019, no bairro Vila Bela, em Sorriso. Na ocasião, Lumar matou sua tia, Maria Zélia, de 55 anos, arrancou seu coração e colocou o órgão dentro de uma sacola plástica. Segundo relatos da Polícia Militar, após o crime ele foi até a casa de uma prima e revelou o que havia feito, além de declarar que era apaixonado pela filha da mulher, uma criança de sete anos, que ele tentou sequestrar, sendo impedido por vizinhos.

Logo após, Lumar fugiu e jogou um carro contra uma subestação da Energisa, sendo capturado pela Polícia Militar em seguida. À época, o caso gerou grande comoção em todo o estado de Mato Grosso pela brutalidade e características do crime.