A primeira derrota no Inter pela Sul-Americana, a segunda sob o comando de Mano Menezes, veio com uma apresentação aquém do esperado. A queda por 2 a 0 para o Colo-Colo, ainda que tenha a controversa anulação do gol de Estêvão, ocorreu pelos erros de marcação e a dificuldade para construir as jogadas quando tinha a bola no Monumental David Arellano.
Carlos de Pena, o ponto de equilíbrio, ficou fora por um desconforto na coxa esquerda. Johnny recebeu a oportunidade, mas não manteve o padrão do charrua. O resultado foi um meio sem criação, também pela pouca contribuição de Edenilson, e que cedia espaços generosos aos adversários.
– Fizemos um jogo abaixo. Demoramos um pouco. Avaliamos muitas vezes mal a condição de se jogar. O campo oferecia poucas condições para o nosso jogo. Na tentativa de construir pelo meio, perdemos muitas bolas. Criamos pouco para construir um resultado diferente. Colo-Colo foi merecedor da vitória – reconheceu o treinador.
Inter erra atrás e é vazado
O Colorado até teve uma bola na trave com Pedro Henrique antes de sofrer o gol. Antes, porém, já mostrava fragilidade e alertava para o que viria. Só que, aos 11, os problemas defensivos deixaram o time atrás do placar. Após lançamento, Heitor permitiu o quique da bola dentro da área. Costa aproveitou, tomou à frente e tocou para Lucero, que se livrou de Johnny e chutou no canto esquerdo de Daniel.
O gol empolgou os chilenos e atrapalhou ainda mais os gaúchos. O Colo-Colo apostava nas subidas pelos dois lados e colocava a bola na área, na qual os defensores sofriam para afastar. Solari, principalmente, atormentava os visitantes. A supremacia mandante fez o Inter rumar ao intervalo com uma desvantagem barata, ainda que Alan Patrick e Pedro Henrique lutassem.
O desempenho fez Mano voltar do vestiário com mais uma troca, já que havia perdido Renê aos 27 minutos com novo problema na coxa esquerda. Heitor acabou sacado para a entrada de Rodrigo Moledo, o que poderia ter sido feito desde o início.
Sistema defensivo não segura
Mas a mudança não causou impacto. Pelo contrário. Aos nove, o sistema defensivo voltou a falhar e permitiu que Gabriel Costa avançasse. Quando parecia que perderia a bola, Solari apareceu, driblou Moledo e, antes que Vitão desse o carrinho, chutou para ampliar.
Com um resultado ainda mais delicado, o Inter tentou se atirar ao ataque. Mano promoveu as entradas de Mauricio, David e Estêvão. Porém, o meio-campo seguia sem construir. Quando tinha a posse de bola, os comandados de Mano não conseguiam levar a jogada adiante e o Colo-Colo recuperava para avançar, ainda que sem causar maiores danos a Daniel.
O Colorado só foi arriscar na etapa final aos 40, quando Mauricio chutou da intermediária, mas a bola saiu. Dois minutos depois, o meia acionou Moisés para o cruzamento. A bola passou por toda a área e encontrou Estêvão, que chutou de primeira para o fundo das redes. Apesar da noite pouco inspirada, o resultado melhorava a situação para o jogo de volta no Beira-Rio.
Veio, então, o requinte cruel da triste terça em solo chileno. O árbitro Patricio Loustau recebeu o comunicado da equipe do VAR que, na origem da jogada, a bola tinha batido em Edenilson. Suscitava a dúvida se no braço ou não. Após revisar, o argentino entendeu que houve toque na mão do capitão colorado e invalidou o gol.
Era o desfecho dolorido para a obrigação de uma missão inglória. Com o resultado, o Inter precisa vencer por, pelo menos, três gols de diferença para garantir classificação às quartas de final da Sul-Americana. Se derrotar o Colo-Colo por dois gols, a decisão será nas cobranças de pênaltis. A partida de volta será na próxima terça, às 21h30, no Beira-Rio.
Antes, no entanto, o Colorado volta a concentrar forças no Brasileirão. O time de Mano Menezes enfrenta o Ceará no sábado, às 19h, no Castelão.

