Até mesmo no velho e batido clichê do “copo meio cheio ou vazio” fica difícil analisar o empate em 1 a 1 entre Atlético-MG e Emelec, nessa terça-feira (28). Foi bom ou ruim? Resultado a ser comemorado ou lamentado? Vitória que escapou pelos dedos no pênalti perdido por Hulk ou derrota evitada após expulsão de Allan? Na gangorra de emoções em Guayaquil, há argumentos para qualquer resposta.
“Tivemos oportunidades para ganhar o jogo e não fomos capazes. Mas o mais importante é que não perdemos. Agora definir em casa.”
De fato, o cenário para a partida de volta, na próxima terça-feira, é bom para o Galo. Diante de seu torcedor, o Atlético precisará de uma vitória simples para avançar às quartas de final da Libertadores. É melhor time, estará ainda mais reforçado e contará com a atmosfera do Mineirão a seu favor. Mas precisa confirmar o favoritismo em campo.
De Everson a Ademir, passando por Hulk e Nacho, foram necessários apenas sete toques na bola em oito segundos de posse até a festa do gol. O terceiro do camisa 19 nos últimos quatro jogos pelo Galo. Trajetória, que até bem pouco tempo era de crítica, em ascensão.
O Atlético poderia ter ampliado com Hulk, pouco depois, mas desperdiçou – primeiro indício de que não era noite para gol dele. Recuou demais e passou a permitir, nos próprios erros, que o Emelec crescesse. Já no primeiro tempo, Sebastián e Jackson Rodríguez poderiam ter empatado, mas erraram.
No segundo tempo, os erros individuais transformaram o jogo. Primeiro de Nathan Silva, que ergueu demais o braço na disputa aérea dentro da área e acabou cometendo pênalti em Cabeza – flagrado pelo VAR. Sebastián Rodriguez foi para a bola e empatou.
Depois, Allan cometeu erro infantil ao perder a cabeça e agredir Jackson Rodríguez em lance sem bola. Vermelho corretamente aplicado após nova ação do VAR – a sexta expulsão do volante desde que chegou ao Atlético. Nos dois casos, nada a reclamar de arbitragem.
Em vantagem numérica e com o apoio da torcida, o Emelec foi para cima. Mas a disparidade tática apareceu. O time da casa tinha mais volume, mas, mesmo com um a menos, era o Galo quem parecia mais seguro e conseguia as melhores chances. Todas nos pés de Hulk.
O atacante tentou em um chute de longe, mas mandou para fora. Fez fila na defesa rival e tentou o toque na saída do goleiro, mas parou em Ortíz. E claro, o pênalti perdido. De fato, não era a noite dele balançar as redes e alcançar Jô na artilharia geral do Galo na Libertadores, mas também esteve longe de ser uma atuação ruim.
O Galo segue amplo favorito para ir às quartas de final, mas precisará ser mais oportunista para avançar. Terá o Mineirão a seu favor. E a avaliação do resultado dessa terça passa necessariamente pela semana que vem. Tudo bem, Turco; o importante foi “não perder”. No Gigante, então, não há alternativa que não seja ganhar.

