QUERIA PENSÃO

Viúva negra e amante são condenados por assassinato

O Tribunal do Júri da Comarca de Nobres (a 121 km de Cuiabá) condenou, nesta segunda-feira (15), Fabiano do Carmo da Silva e Jane Oliveira Miotto pelo crime de homicídio qualificado. Na sentença, o juiz Daniel Campos Silva de Siqueira reconheceu que o crime foi cometido de forma premeditada, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Durante a investigação, ficou comprovado que Jane induziu a vítima, Benedito Silva dos Santos, ao consumo de álcool, criando um clima de confiança para facilitar a ação de seu amante.

Fabiano foi condenado a 18 anos e oito meses de prisão, enquanto Jane recebeu pena de 24 anos de reclusão, ambas em regime fechado. Segundo o promotor de Justiça Willian Oguido Ogama, o resultado foi muito positivo. “O réu foi condenado a 18 anos e a ré a 24 anos, em razão de ser cônjuge da vítima e também autora intelectual. O Conselho de Sentença foi formado exclusivamente por mulheres, e o processo foi pautado em provas robustas, o que foi fundamental para o reconhecimento da autoria e da materialidade do delito”, afirmou.

As investigações da Polícia Civil apontaram que, no dia do crime, Benedito passou parte do dia na companhia da esposa e chegou a visitar familiares e amigos. Ao retornar para sua residência, já à noite, acabou sendo assassinado pela esposa e pelo amante dela.

A Polícia recebeu diversas denúncias anônimas indicando que o casal era responsável pelo crime e que tentou atrapalhar as investigações, inclusive eliminando conversas dos celulares. O caso chocou os moradores da cidade de Nobres e ficou conhecido como “viúva negra”, em referência à mulher que ajudou o amante a matar o marido para, segundo as investigações, ficar com a pensão.

O crime

O crime foi praticado em outubro de 2024, no município de Nobres. Conforme apurado pela Polícia Civil, no dia do crime a vítima passou parte do dia na companhia da suspeita, então sua esposa, e chegou a visitar familiares e amigos. Ao retornar para sua residência, já à noite, acabou sendo assassinada pelos suspeitos.

As evidências apontadas pela investigação aponta que a vítima foi surpreendida pelo autor do homicídio logo que entrou na residência, sendo atingida por golpes na cabeça e pescoço, por um objeto tipo uma pá ou outra ferramenta de trabalho rural. Na época, a Polícia Civil chegou a receber diversas denúncias anônimas apontando o casal como autores do crime e que ambos buscavam eliminar os indícios do crime, destruindo a rede de internet da residência, apagando conversas de celulares, combinando e criando versões, dificultando o andamento das investigações.

Os suspeitos foram ouvidos durante as oitivas. Na ocasião, negaram a participação no crime. Entretanto, técnicas investigativas utilizadas pela Polícia Civil comprovaram que o suspeito esteve no local no dia e hora do fato, bem como em noites anteriores ao crime. Ainda durante as oitivas, os suspeitos entraram em várias contradições sobre onde estariam antes e depois do crime. As investigações também apuraram que o casal preso possuía uma espécie de pacto de sangue, bem como uma tatuagem que ambos ostenta, cuja imagem retrata um casal armado e abraçado com as iniciais “J” e “F” e a frase: “Você me protege! Eu mato por você!”.

Além disso, de acordo com o apurado até o momento, os criminosos agiram para eliminar o entrave ao novo romance do casal e usufruírem da pensão decorrente da morte de Benedito, já que, formalmente, ainda estava casado com a suspeita.

 

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