A cidade de Tangara da Serra (252km de Cuiabá) mostrou, para quem se contenta em somente reclamar da classe política, que é possível impedir os “desmandos legais”, chamados de penduricalhos, que na prática são aumento de salário, não tributável.
Em uma sessão tumultuada, com protestos nas galerias e gritos dos munícipes contra a aprovação de dois auxílios, alimentação e saúde para os vereadores, que somados chegavam ao total de 5 mil reais, os vereadores pediram silêncio e ordem sem que fossem ouvidos, e mesmo assim acabaram por aprovar por unanimidade os tais aumentos.
Isso foi ontem.
Hoje, após reflexões, reuniões e muito xingamento nas redes sociais, a maioria dos vereadores resolveu revogar o aumento.
O motivo da anulação dos penduricalhos, segundo os vereadores, foi “incompreensão” da sociedade tangaraense.
Eles tentaram explicar que o aumento não seria retirado dos cofres públicos na forma de suplemento do executivo, mas do orçamento do próprio legislativo que já vem devolvendo dinheiro ao executivo, por não ter despesas na totalidade dos repasses que recebe e que não tinha mal nenhum de um pouco dessa sobra ir parar nos bolsos dos nobres vereadores, que a população nem iria sentir o aumento. Não deu certo.
O amadorismo de mal ter iniciado a legislatura e a primeira grande providência dos vereadores ter sido a preocupação em engordar os próprios salários, pegou mal e teve a reação justa e necessária. Mas isso não é caso encerrado, após o segundo ano isso vai voltar à baila.
Mas se isso ocorrer, com certeza contaremos com o Ministério Público, que, mesmo tendo que passar na frente da Assembleia Legislativa, sem olhar de lado, onde os nossos deputados recebem uma Verba Indenizatória muito maior que seus salários sem serem questionados, e baterá as portas da Câmara de Tangará pedindo explicações.
Veja vídeos da sessão que aprovou e a revogação anunciado pelo presidenta da Câmara de Tangara da Serra, Edmilson Porfírio.